O cenário macroeconómico do Governo prevê crescimento económico de 5,5 % para 2022 e de 4,6% já este ano. Os valores foram revelados ao PCP na reunião com o Governo para apresentação das linhas gerais do Orçamento do Estado.
À saída do encontro com o ministro das Finanças, o líder parlamentar comunista João Oliveira disse aos jornalistas que com este nível de crescimento se torna incompreensível que o Governo não dê resposta a problemas prioritários para o PCP, como o aumento dos salários da função pública.
“Como é que se compreende, com perspetivas de crescimento económico que este ano são de 4,6% e para o ano podem chegar aos 5,5%, que os trabalhadores da administração pública continuem a perder 11% do seu poder de compra?”, questionou o líder parlamentar.
Avisa ainda que face a novos problemas criados pela pandemia, o Governo não pode usar a mesma grelha de negociação que usou nos anos pré-pandemia. “Transmitimos a preocupação que continuamos a ter sobre a falta de resposta face a um conjunto de problemas que marcam a realidade nacional, alguns no quadro do Orçamento, outro fora”, disse, insistindo que os problemas do país se agravaram com a Covid-19 e que “o Governo não pode querer aplicar a mesma grelha de 2019.”
João Oliveira reiterou que “os sinais” dados pelo PS e pelo Governo nas últimas semanas têm sido preocupantes, apontando como exemplos a rejeição de propostas do partido para aumentar o Salário Mínimo Nacional ou para alterar as regras relativas ao arrendamento urbano.
Questionado se a negociação do Orçamento para este ano será mais difícil que noutros anteriores, João Oliveira sublinhou que ao fim de sete orçamentos existem “problemas que vão aumentando a sua preponderância” e que a resposta “não pode ser a mesma para problemas que são mais agudos”.
Aumento de salários e prestações sociais e reforço dos serviços públicos são algumas das exigências que o partido levou para a reunião com o ministro.
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