//Oficial. Portugal fora do corredor turístico do Reino Unido

Oficial. Portugal fora do corredor turístico do Reino Unido

O governo britânico publicou a lista de países que ficam dispensados da quarentena de 14 dias na chegada ao Reino Unido. Portugal não integra a lista de países e territórios publicada, como um todo, ou seja, incluindo as regiões as autónomas.

No caso da Madeira e dos Açores, esclarece a Embaixada Britânica, a única alteração é que deixam de ser desaconselhadas as viagens para esse destinos, conforme esta segunda lista. O conselho de viagem ao estrangeiro é importante para efeitos de cobertura de seguro de viagem.

“Em reconhecimento das taxas de infeção muito mais baixas nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, bem como o facto dessas ilhas serem acessíveis através de voos diretos do Reino Unido e terem controlos efetivos de entrada relacionados com a covid-19, deixámos de desaconselhar as viagens não essenciais para essas regiões”, explica e embaixada em comunicado.

A representação do governo britânico em Lisboa adianta ainda que “o governo britânico compreende que essas decisões são importantes para Portugal, para o setor das viagens e do turismo”, mas acrescenta que “analisou as evidências com muito cuidado antes de tomar essas decisões, com o objetivo de proteger a saúde e a segurança públicas”.

Fora da quarentena ficam concorrentes diretos de Portugal no turismo, como Espanha, Grécia, Itália, Turquia e Malta. Na Europa são ao todo 33 países mais as regiões autónomas portuguesas.

Os passageiros vindos dos Estados Unidos também ficam sujeitos a 14 dias de quarentena, já o mesmo não acontece com o Canadá e outros 16 países e territórios do continente americano. Na Ásia são 14 os destinos dispensados de quarentena, incluindo Macau.

O fim da quarentena para quem entra no Reino Unido vindo dos países incluídos no corredor aéreo entra em vigor no dia 10 de julho.

Esta exclusão de Portugal Continental é um rude golpe para o setor turístico português, nomeadamente para regiões como o Algarve, fortemente dependente dos visitantes britânicos.

O presidente do Turismo de Portugal já reagiu. Em comunicado João Fernandes diz que é uma decisão “profundamente injusta e penalizadora para o país em geral e para o Algarve em particular”.

“Fomos claramente penalizados por falar verdade. Será mais seguro viajar para países que testam metade, ou mesmo um terço, ou preferem passar férias num país verdadeiramente empenhado em preservar a saúde pública e o turismo?”, questiona o responsável, que sublinha que os turistas britânicos são responsáveis por 68% das dormidas em Portugal entre julho e setembro.

O governo português também já respondeu à decisão do governo de Boris Johnson. Em declarações à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que “é um absurdo que um país como o Reino Unido tenha sete vezes mais casos do que Portugal e 28 vezes mais óbitos relacionados com a covid-19 do que Portugal e imponha quarentena no regresso dos passageiros oriundos de Portugal”. Augusto Santos Silva fala ainda em “consequências muito graves de natureza económica”.

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Notícia atualizada clarificando que a quarentena de 14 dias se aplica também aos Açores e Madeira, apenas deixam de ser desaconselhadas as viagens para esses destinos.

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