//Oito em cada dez empregos criados em Portugal são precários

Oito em cada dez empregos criados em Portugal são precários

“[Oferecem] contratos a termo, são seis meses no máximo, não vai além disso. Mas já ouvi ofertas de contratos [com duração] até inferior, de três meses”, confidencia.

Em relação ao vencimento, normalmente o sentimento repete-se: a desilusão. “Acontece muito nos anúncios, e quem procura sabe tão bem como eu, anuncia-se um valor de proposta de salário base e depois quando chegamos lá é uma coisa completamente diferente”, explica esta mulher de Vila Nova de Gaia formada em Jornalismo, e que já foi coordenadora numa editora de livros.

O economista da Universidade do Minho, especialista em questões relacionadas com o trabalho, João Cerejeira, afirma que numa época de recuperação económica como a que vivemos, regra geral, “os empregos criados são novos empregos e tendem a ser empregos de caráter temporário”. “Esperamos que, a médio prazo, se convertam em contratos sem termo”.

E, por isso, pensa que 80% de trabalhos precários para 20% de trabalhos com vínculo permanente “é uma boa proporção”. “Não é algo que seja diferente de outras fases de recuperação da economia”.

Cerejeira considera que era importante que a série da amostra do INE fosse maior para perceber o impacto das novas leis laborais que trouxeram maiores restrições nos contratos a termo, por um lado, mas por outro o alargamento do período experimental nos novos contratos. “Um dos objetivos era diminuir a contratação a termo”, lembra. “Se este valor se mantiver, quer dizer que essa medida pode não estar a ter o impacto que seria desejável”, acrescenta.

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