A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia acordaram em fazer mais um corte coordenado de produção. A decisão apanhou os investidores de surpresa, já que a estimativa era de que houvesse uma redução, mas mais comedida. No total, serão produzidos menos 1,2 milhões de barris por dia. A OPEP vai extrair menos 800 mil barris e a Rússia e outros países vão cortar em 400 mil barris.
O princípio de acordo chegou depois de intensas negociações no seio da OPEP e entre esta entidade e Moscovo. A Arábia Saudita, um dos países mais dominantes no cartel, estava confrontada com um dilema. Ou acordava em mais cortes de produção para sustentar os preços e ajudar os seus cofres públicos ou tentava travar essa opção de forma a agradar aos EUA. Isto numa altura em que Riade e o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman enfrentam pressões diplomáticas devido ao caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Nos últimos meses Donald Trump tem avisado a OPEP de que tem de manter os preços em níveis baixos. Na passada quarta-feira, dia do início da reunião dos países produtores de petróleo, o presidente americano disse esperar que “a OPEP mantivesse o fluxo de petróleo sem restrições”. Acrescentou que “o mundo não quer, nem precisa, de ver preços mais altos do petróleo”.
Hopefully OPEC will be keeping oil flows as is, not restricted. The World does not want to see, or need, higher oil prices!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 de dezembro de 2018
Mas a OPEP e a Rússia contrariaram as pretensões de Trump. Após o anúncio dos cortes de produção, os preços do petróleo dispararam. O Brent, que serve como referência para as importações portuguesas, avança quase 5% para mais de 63 dólares. E o West Texas Intermediate negociado em Nova Iorque valoriza mais de 4% para 53,70 dólares.
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