Um estudo da consultora “Informa D&B”, esta terça-feira revelado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), indica que apenas 14% das empresas portuguesas paga aos seus fornecedores no prazo previsto.
O valor obtido, relativo a junho de 2019, é muito inferior ao da média europeia, e classificado como “impressionante, pelo secretário-geral da ACEGE, Jorge Líbano Monteiro. “Significa que 86% não paga
no prazo acordado”, sublinha, em declarações à Renascença.
“Só 4% das grandes empresas é que pagam na hora, enquanto as microempresas são aquelas que pagam mais na hora”, avança, ainda, o secretário-geral da ACEGE.
Líbano Monteiro considera que estes dados demonstram que “os que tem a capacidade de impor os seus ‘timings’, que são as grandes empresas, são as que pagam pior”, quenado “deveria ser ao contrário: uma grande empresa, organizada e com uma gestão profissional, deveria ser aquela que faria esforço maior para cumprir os prazos de pagamento”.
Portugal paga “tarde e a más horas” e isso é particularmente visível quando se olha para os dados relativos ao espaço europeias: “A média europeia diz que cerca de 42% das empresas pagam a horas, mas em Portugal, infelizmente, essa percentagem é de 14%.”
De acordo com o responsável da ACEGE, a Alemanha “é o país mais pontual nos pagamentos, com 67%”.
Jorge Líbano Monteiro realça que este fenómeno tem impacto forte na economia nacional: “O numero mais impressionante resulta de um estudo do professor Augusto Mateus, encomendado há algum tempo pela ACEGE. Esse estudo revela que se houvesse um atraso generalizado de 12 dias nos pagamentos, isso teria um impacto de quase 20 mil desempregados por ano.”
A “boa notícia” deste estudo diz que “os últimos números apontam para uma diminuição progressiva dos dias de atraso de pagamento. Neste momento a média é de 71 dias de atraso”.
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