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Hotéis e atividades turísticas (102%), restaurantes (71%) e perfumarias (45%) têm o maior crescimento de faturação em pagamentos com cartão feitos em Portugal. No total, foram 33% somados à faturação dos negócios, sobretudo apoiados naqueles setores – os que mais sofreram em pandemia. E a recuperação dos turistas é bem visível: as transações feitas por estrangeiros no país dispararam 101% em 2022. Entre os portugueses, a subida foi de 23%, sem se verificar o esperado arrefecimento no outono. E com o contactless a representar já uns impressionantes 75% dos pagamentos feitos.
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Os números são revelados no relatório da Reduniq, maior acquirer nacional e marca da Unicre que analisa a evolução dos pagamentos por cartão no país. E deixam claro não apenas o efeito do turismo na subida a pique do consumo como quem são os nossos principais visitantes. A tabela dos que mais gastaram em Portugal é liderada por franceses (14% do total da faturação estrangeira), seguidos de perto pelos ingleses (13%) e com os norte-americanos a surgir logo em terceiro (10% dos pagamentos feitos com cartões dos EUA). Irlanda (9%) e Espanha (7%) completam o top 5, sendo flagrante a omissão de alemães entre os maiores, que a empresa justifica com o impacto da crise energética.
O verão e o Natal foram, naturalmente, as épocas de maior crescimento da faturação (respetivamente, mais 30% e mais 25%), com o gasto médio a situar-se um pouco acima do ano anterior, devido à inflação: 231 euros, que comparam com 207 em 2021. O valor médio por compra mais alto fixou-se também no turismo: 144 euros, revela o Reduniq Insights.
De destacar é o brutal crescimento do contactless, com três em cada quatro transações a fazer-se com recurso a esta tecnologia. “Se tivermos em consideração que, em 2019, representava 16%, conseguimos concluir que os meios de pagamentos digitais não só vieram para ficar como continuarão a crescer”, entende Tiago Oom, chief commercial officer da Unicre e porta-voz oficial do Insights, apontando “a mudança do perfil de consumo dos portugueses, impulsionada pelas restrições da pandemia e alinhada com o regresso à normalidade”, em que o dinheiro é substituído pelo digital/cartões.
Depois de um ano extraordinário, Tiago Oom antecipa um 2023 de desaceleração, sobretudo motivada “pelo impacto da inflação e da subida das taxas de juro, como a própria desaceleração dos ritmos de crescimento da economia identificados no segundo semestre de 2022”.
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