O PAN quer ouvir no parlamento o Banco de Portugal para exigir junto deste uma avaliação independente à venda da seguradora GNB Vida pelo Novo Banco. O partido acusa a consultora responsável pela auditoria às vendas da instituição entre 2000 e 2018, a Deloitte, de “conflito de interesses” na avaliação das operações.
“O relatório final desta auditoria menciona a operação de alienação da seguradora GNB Vida, concluída em 2019, mas iniciada em 2017. Contudo fá-lo omitindo um conjunto de aspectos relevantes, tais como o facto de esta operação ter gerado perdas de 250 milhões de euros para o Novo Banco, o facto de o Novo Banco ter emprestado cerca de 60 milhões de euros ao investidor que comprou a seguradora, e a ligação ao gestor Greg Lindberg, condenado no ano passado, nos Estados Unidos, por corrupção e fraude fiscal”, alega o grupo parlamentar em requerimento apresentado esta sexta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças.
Para o PAN, “a Deloitte & Associados SROC, S.A., como representante portuguesa da Deloitte Touche Tohmatsu Limited, não tinha a idoneidade e independência necessárias para analisar esta operação de alienação, uma vez que estava em manifesta situação de conflito de interesses, dado que foi a Deloitte España, representante espanhola da Deloitte Touche Tohmatsu Limited, quem assessorou o Novo Banco nesta operação”.
A posição do PAN segue-se à do Bloco de Esquerda, esta sexta-feira, que exigiu a nulidade da auditoria aos atos de gestão do BES/Novo Banco levada à cabo pela Deloitte, entregue nesta última semana no parlamento, propondo igualmente a criação de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão do Novo Banco cobrindo o período após a resolução do BES. A reação dos partidos acontece após a publicação, hoje, pelo Jornal Económico, da informação de que a Deloitte España assessorou a venda da GNB Vida, numa operação iniciada em 2017.
“Pelas perdas geradas por esta operação e pelo impacto que a mesma teve nos resultados do Novo Banco nos últimos anos e indiretamente nas operações de injeção de dinheiro público via fundo de resolução, é urgente que se assegure a avaliação independente e aprofundada desta operação de alienação e de todos os aspectos com ela conexos”, defende o PAN.
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