Os portugueses duplicaram as poupanças durante a pandemia. O dinheiro aplicado desde março de 2020 chegou quase aos 23 mil milhões de euros em junho deste ano.
As contas são avançadas nesta segunda-feira pelo jornal “Público”, segundo o qual as aplicações feitas naquele período representam um aumento de mais de 12 mil milhões em relação ao mesmo período de 2018/2019.
Em abril de 2020 – mês de maior confinamento logo após a declaração da pandemia – foram depositados 2.039 milhões de euros, quase quatro vezes mais do que em idêntico período do ano anterior, refere o jornal.
Dos que conseguiram poupar – porque muitas famílias perderam rendimento e muitos portugueses foram para o desemprego – a principal opção foi pelos depósitos, que têm vindo a bater novos recordes, tendo alcançado quase 170 mil milhões de euros, já contando com o mês de julho e segundo o Banco de Portugal.
A opção pelos depósitos versus fundos ou certificados do Estado, por exemplo, pode revelar, segundo os especialistas, “um misto de maior aversão ao risco e menor literacia financeira”.
Mas há mais razões apontadas. Pedro Bação, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, lembra que se vive um “clima de grande incerteza” e que os outros aplicativos têm “rendibilidades relativamente baixas”.
Paulo Rosa, economista chefe do Banco Carregosa, acrescenta “a ausência de uma remuneração expressiva que motive as famílias a constituírem depósitos a prazo”, porque estes estão com “taxas de juro implícitas de quase zero”.
Segundo o “Público”, os valores nas contas à ordem nunca estiveram tão próximos do montante dos depósitos a prazo (47,2% do total em junho), num contexto de baixa inflação.
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