A entrada em vigor dos novos passes sociais (bastante mais baratos desde abril) e a redução do IVA da eletricidade nas potências mais baixas (de 23% para 6% no início de julho) estão a arrastar a inflação para valores mínimos.
Em julho, a inflação homóloga média nacional passou inclusive para terreno negativo (-0,3%), o que não acontecia desde o início de 2015. Há mais de quatro anos, portanto. Em junho, mês para o qual já há dados comparáveis a nível europeu, Portugal registou a sexta inflação mais fraca da União Europeia (28 países); e a quarta mais baixa da zona euro (19 países).
Apesar de haver itens do Índice de Preços no Consumidor (IPC) nacional que estão a subir de forma dramática – os preços do alojamento, dos bilhetes de avião, dos automóveis, das rendas de casa, etc. – certo que é que a inflação tem vindo a mostrar uma tendência de queda desde meados do ano passado. A descida passou a ser vertiginosa desde o começo deste ano.
Esta semana, o INE explicou que a redução da inflação para patamares negativos foi resultado “em grande medida do contributo da variação negativa dos preços da classe de restaurantes e hotéis”. “A redução da taxa de IVA aplicada à eletricidade e ao gás natural contribuiu também” para a diminuição.
Em junho, mês para o qual já há dados muito detalhados sobre os preços em Portugal, cálculos do Dinheiro Vivo evidenciam, por exemplo, que o item do IPC que mais caiu foi o dos “Transportes combinados de passageiros”: menos 23,9% face a igual mês de 2018. Os serviços de autocarros cederam quase 9%. Os preços dos comboios quase 8%. A eletricidade custa menos 3,7% agora do que há um ano. A roupa também está mais barata.
Em contrapartida, a forte procura turística continua a levar em ombros os preços do alojamento (mais 7,6% de aumento) e da habitação (os inquilinos pagam rendas 3,2% superiores). Os bilhetes de avião também estão muito mais caros (22%), sendo o item recordista dos aumentos em Portugal.
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