//Patrões falam em greve geral “expressiva” só no setor público

Patrões falam em greve geral “expressiva” só no setor público

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) conclui que a greve geral desta quinta-feira teve impactos diferentes. No setor público teve uma adesão “expressiva”, mas no setor privado não teve impacto significativo.

“Na área mais pública – área dos transportes, escolas, hospitais públicos -, efetivamente houve uma adesão que nos parece bastante expressiva. Isso não sucedeu nas empresas”, refere à Renascença Armindo Monteiro, presidente da CIP.

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Armindo Monteiro explica que a CIP montou um gabinete de crise para acompanhar o dia de greve geral, tendo recebido informações por setor e conclui que “desde a área da restauração da área hoteleira, os centros comerciais, hipermercados, indústria gráfica, indústria metalomecânica, a energia” laboraram de forma praticamente normal.

“Por exemplo, não houve um único centro comercial que fechasse. Só houve uma loja que fechou num centro comercial, que foi a Loja do Cidadão”, reforça.

Armindo Monteiro lembra que o país tem agora um número recorde de população ativa, com cerca de cinco milhões e 300 mil trabalhadores, dos quais cerca de 700 mil trabalham no setor público.

Greve “não tem comparação” com protesto da troika

Desafiado a comparar o impacto da paralisação de hoje com a última greve geral, realizada em 2013, no tempo da troika, Armindo Monteiro garante que “não tem comparação”.

Nessa altura tivemos empresas que claramente reduziram a sua atividade, hoje não foi o caso”, assegura.

Na reta final deste dia de greve geral, o presidente da CIP considera que os “sindicatos saíram apressadamente da mesa das negociações” e apela a um regresso ao diálogo.

“O que nos parece verdadeiramente importante, não é se foram muitos ou poucos, se quem ganhou foram os sindicatos ou se foi o Governo. Sinceramente, acho que todos perdemos enquanto país, enquanto nação. Por isso é importante que rapidamente nos sentemos de novo e fazermos aquilo que nos compete, que é encontrar um acordo que permita dizer qual é o modelo que queremos construir em termos de construção social e de relações de trabalho”, apela.

Armindo Monteiro assume que Portugal é um “país pobre” onde “todos ralham e ninguém tem razão”.

“Aquilo que temos verificado em Portugal é que temos uma economia frágil. Aquilo a que apelamos não é construir uma relação de trabalho que faça enriquecer os empresários, queremos uma relação de trabalho que torne mais forte as empresas para que possam pagar melhores salários”, conclui.

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