//PCP diz que aumento das taxas de juro pelo BCE “arrasa as condições de vida” de milhares de pessoas

PCP diz que aumento das taxas de juro pelo BCE “arrasa as condições de vida” de milhares de pessoas

O PCP criticou esta quinta-feira o aumento das taxas de juro anunciado pelo Banco Central Europeu, considerando que essa opção está a “arrasar as condições de vida” de milhares de pessoas e acusando o Governo de “atitude de completa subserviência”.

“Esta opção do BCE, tomada em nome do combate à inflação, está a arrasar as condições de vida de centenas de milhar de famílias que no nosso país foram empurradas para a aquisição de casa própria, contraindo empréstimos à habitação”, lê-se num comunicado do PCP, com o título “Escalada nas taxas de juro favorece a banca, prejudica o povo e o país”.

O PCP adverte que o aumento das taxas de juro terá igualmente “impactos junto das micro, pequenas e médias empresas”, e não se “deixará de refletir nos próprios juros pagos pela dívida pública”.

“Perante esta escalada nas taxas de juro, que tem proporcionado lucros colossais aos principais bancos nacionais (…), o Governo português assume uma atitude de completa subserviência quer às imposições do BCE, quer perante os interesses da banca”, lê-se no texto.

O partido defende que o combate aos impactos da inflação exige medidas como “o aumento dos salários e das pensões”, a regulação dos preços dos bens e serviços essenciais ou “a promoção da paz em vez da escalada de confrontação, guerra e sanções”.

“Para o PCP, o aumento das taxas de juro de referência não tem que se refletir no agravamento das prestações ao banco para quem tenha empréstimos à habitação”, destaca-se, criticando as medidas que constam no pacote “Mais Habitação” do Governo, que “facilitam os lucros da banca e prejudicam a população”.

“Impõe-se que sejam os lucros dos bancos a suportar o aumento das taxas de juro como temos vindo a propor”, acrescenta-se. .

O PCP considera que a decisão do BCE “torna ainda mais claro a quem serve a política monetária e o euro, bem como os custos para o país da perda de soberania monetária”.

“Uma política com a qual PS, PSD, CDS, Chega e IL estão de acordo e com a qual é preciso romper”, lê-se. .

O BCE voltou hoje a subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, com a principal taxa a subir para 3,5%.

A nova subida de 25 pontos base já era esperada pelo mercado, depois de, no início de maio, a instituição liderada por Christine Lagarde já ter aumentado as taxas em 25 pontos base para 3,75%, um abrandamento apoiado pela maioria dos membros do Conselho.

O BCE começou a subir as suas taxas de juro em julho do ano passado, tendo aprovado anteriormente vários aumentos de 50 e de 75 pontos base, que totalizavam até hoje 375 pontos base.

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