//PE. Faltam investimentos e estabilidade fiscal preconizada é “insatisfatória”

PE. Faltam investimentos e estabilidade fiscal preconizada é “insatisfatória”

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) alerta para “sérios riscos” associados à implementação do Plano de Recuperação e Resiliência, considerando que no Programa de Estabilidade “faltam investimentos” que fomentem a produtividade e a estabilidade fiscal preconizada “é insatisfatória”.

“A AEP, tal como o Governo, também defende um crescimento económico assente, fundamentalmente, no investimento e nas exportações, mas alerta para os sérios riscos diretamente ligados à implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que é a grande aposta na retoma da atividade, determinante para a sustentabilidade das contas públicas”, sustenta a associação em comunicado.

Para o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, “é preciso fazer mais, muito mais, em benefício das empresas”, porque “só assim é possível recuperar uma trajetória favorável em termos económicos e sociais”.

Numa análise preliminar do Programa de Estabilidade 2021-2025 – aprovado na quinta-feira pelo Governo e divulgado na sexta-feira – a associação considera que o cenário macroeconómico ali traçado “se afigura globalmente prudente, apontando-se para um crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] quase em linha com as mais recentes projeções do Banco de Portugal e do FMI [Fundo Monetário Internacional]”.

A AEP diz, contudo, corroborar a posição do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que aponta riscos quanto ao impacto esperado do PRR na economia, associados ao “perfil temporal assumido para a aplicação dos fundos, da existência e exequibilidade de projetos de investimento que permitam a absorção dos fundos na economia, assim como da natureza produtiva desses investimentos”.

“Os números agora apresentados pelo Governo quanto ao impacto do PRR no PIB são bastante positivos, mas poderão ser otimistas tendo em conta os aspetos apontados pelo CFP e a recente estimativa de impacto divulgada pelo Banco de Portugal, bem mais modesta”, sustenta.