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A procura de empréstimos por parte de empresas e particulares registou uma ligeira diminuição no terceiro trimestre deste ano, face ao trimestre anterior, segundo o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
No caso das famílias, tendo em conta o aumento das taxas de juro, a redução verificou-se sobretudo para a aquisição de casa. Já nas empresas, foi “transversal às diferentes dimensões” e mais evidente “em empréstimos de longo prazo”, segundo a instituição liderada por Mário Centeno.
A expectativa dos bancos é que este cenário se mantenha no quarto trimestre para a procura de crédito por parte das famílias, uma tendência que será “mais acentuada no segmento da habitação”. Além disso, o setor espera uma “diminuição da procura, mais evidente nas grandes empresas e em empréstimos de longo prazo”. Porém, em sentido contrário, a expectativa é que haja “um ligeiro aumento da procura de empréstimos de curto prazo” por parte das empresas.
Esta tendência é explicada pelo atual contexto de subida das taxas de juro. Como o banco central sublinha no mesmo relatório, “no período mais recente, no contexto de aumento das taxas de juro do mercado interbancário, o custo de financiamento bancário das empresas e dos particulares para aquisição de habitação, em Portugal e no conjunto da área do euro, tem vindo a aumentar”.
No lado da oferta, o inquérito conclui que os empréstimos tornaram-se mais restritivos quer para as empresas, sobretudo em empréstimos de longo prazo a pequenas e médias empresas (PME), quer para particulares no caso do crédito à habitação. Nos empréstimos para consumo não houve alterações.
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No que toca aos termos e condições do crédito, no terceiro trimestre no crédito a empresas houve “um ligeiro aumento do spread aplicado nos empréstimos de maior risco e condições ligeiramente mais restritivas no que respeita a garantias exigidas, montante e maturidade do empréstimo”. Aliás, neste período analisado, a proporção de pedidos de empréstimo rejeitados registou um ligeiro aumento no crédito a PME e a particulares.
No crédito às famílias, os bancos revelaram que não houve alterações aos termos e condições do crédito. Porém, a expectativa é que os critérios de concessão de crédito passem a ser “mais restritivos para empresas (especialmente para PME e em empréstimos de longo prazo) e ligeiramente mais restritivos para particulares”.
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