//Pedro Castro Almeida: “Estaremos atentos a oportunidades”

Pedro Castro Almeida: “Estaremos atentos a oportunidades”

É o maior banco privado em Portugal, em ativos e crédito. Vai fechar neste ano com o melhor resultado de sempre. E, segundo Pedro Castro Almeida, presidente executivo, o Santander admite voltar a comprar bancos em Portugal.

Quais as perspetivas que tem para a rentabilidade do setor bancário em Portugal? Mantém um certo pessimismo quanto ao futuro?
As taxas de juro baixas e até negativas perturbam o normal funcionamento do negócio. Os aforradores sentem na pele este contexto, visto receberem remunerações baixas pelos seus depósitos, o que, no caso português, afeta ainda mais, dado o baixo nível de poupança do país. Perante este cenário, sente-se um impacto negativo no negócio bancário. No nosso caso, como temos um balanço forte e equilibrado, sentimos capacidade para resistir até à necessária normalização.

O Santander tem ainda carteiras de crédito para vender? Quanto vendeu neste ano?
Temos um rácio de NPE (non-performing exposure) bastante baixo, o qual atingiu no final de setembro um valor ligeiramente acima dos 3%. Gerimos com prudência, só concedemos crédito quanto isso faz sentido, aconselhamos bem os nossos clientes, olhamos para o médio e longo prazos. Nos últimos 12 meses, vendemos 800 milhões de euros de crédito malparado.

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O banco está ou vai aplicar comissões nos grandes depósitos?
Já podíamos estar a aplicá-las como já o fazem outras instituições, mas aguardamos a resposta do Banco de Portugal a um pedido de esclarecimento.

A consolidação do setor em Portugal já terminou? O Santander pode ser um participante ativo, se houver movimentos de consolidação no futuro?
Se há banco que cresceu nos últimos anos em Portugal foi o Santander, através da assimilação do Popular e do Banif, ambos em situações-limite. Hoje somos o maior banco privado em Portugal, em ativos e crédito. E vamos fechar o ano a gerar o melhor resultado de sempre em Portugal. Temos uma dimensão adequada e as nossas quotas de mercado são bastante robustas. Um em cada cinco créditos é feito no Santander.

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Ter dimensão no mercado é relevante, claro, até porque nos permite ter uma oferta geográfica – por exemplo, nas ilhas, o que é chave para nós – e de portfólio de serviços mais completa e robusta. Mas esses passos, a tal expansão não orgânica, dão-se apenas quando estão reunidas todas as condições. Gerir um banco significa gerir as poupanças dos clientes. Isso implica gerir sempre com muita responsabilidade. A base do negócio bancário é esta e nunca devemos perder isto de vista. Portugal tem excesso de bancos e estaremos sempre atentos ao mercado e a oportunidades que se revelem adequadas.

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