Os podcasts são “uma estratégia de programação”, de acordo com Pedro Leal, diretor geral de produção da Renascença. Numa sessão que juntou ainda os diretores da Rádio Comercial, Observador e Impresa, a Marktest foram revelados os rankings dos podcasts em fevereiro, mostrando a Renascença na liderança.
Questionado sobre a importância dos podcasts na conquista de novos públicos, Pedro Leal afirmou ver este formato como “uma estratégia de programação”, da mesma forma que se faz uma “aposta no humor”.
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“Isto permitiu-nos o quê? Permitiu-nos crescer, permitiu-nos diversificar a audiência, rejuvenescer a audiência”, conseguindo a Renascença esse objetivo, segundo o diretor, “através destes dois momentos, o humor e o podcast, porque o podcast permitiu-nos chegar a outro tipo de audiências”.
Pedro Leal definiu ainda os podcasts como uma forma de “pensar o futuro” e garantir a sustentabilidade das empresas. “A indústria automóvel alemã tinha como garantido o futuro, e hoje em dia não tem”, exemplificando que estas são “situações que nós temos que gerir todos os dias e pensar isto como oportunidades para o futuro”, e que “cada plataforma tem de ser um momento de oportunidade”.
Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, apontou a necessidade de a indústria “entrar” nos podcasts originais, que não são transmitidos em antena. “O passo que falta é o da criatividade, passarmos do spin-off das nossas programações, ir mais ao encontro de uma ideia nova” e, acrescentou, “perder um bocadinho a distância para a necessidade imperiosa de o negócio andar para a frente e, em muitos casos, sobreviver”, porque “as grandes ideias não nascem de um plano de negócios”.
Joana Beleza, subdiretora de áudio e multimédia do grupo Impresa (detentor da SIC e do Expresso), afirmou que já há alguns programas que “têm mais audiência em áudio do que em televisão”, e defendeu a necessidade de considerar o digital como uma área.
“O digital tem de se autonomizar como uma área com meios, tem de ser levada a sério, e não pode sofrer as consequências dos problemas dos meios tradicionais quando está associada aos meios tradicionais, que é muito difícil não sofrer”, defendeu Joana Beleza, sublinhando que cada podcast “deve ter a sua estratégia”.
Miguel Pinheiro, diretor executivo do Observador, apontou o podcast norte-americano “Serial” como um momento de mudança no consumo deste formato, que criou comunidade, e não tem dúvidas que o investimento “se justifica” – num momento em que cada novo “podcast plus” do Observador “demora entre sete e nove meses entre a primeira reunião em que fica definido um tema e o momento em que toda a parte de sonoplastia está finalmente fechada”.
Segundo o PodScope, a medição das audiências de podcasts pela Marktest, a Renascença reforçou a liderança nos downloads de podcasts em fevereiro, liderando o ranking com o “Extremamente Desagradável”, de Joana Marques.
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