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O ministro das Infraestruturas e da Habitação assegurou que o futuro aeroporto de Lisboa vai ser construído antes de 2035, ao contrário do que admitiu na segunda-feira o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal.
“Eu não sei qual é a ideia do presidente da ANA, mas o aeroporto vai ter que estar feito antes. Não sei quando, não vai ser é em 2035, de certeza absoluta”, disse Pedro Nuno Santos, depois de lembrar que está em causa o interesse público.
“Temos que entender que a ANA é uma empresa privada e, portanto, colocar cada um nos seus planos. A ANA tem os seus próprios interesses – e nós respeitamos os interesses das empresas privadas – mas, obviamente, estamos aqui a falar de um grande interesse público”, sublinhou o ministro.
Na conferência do Dia Mundial do Turismo, organizada pela Confederação Turismo de Portugal (CTP), que decorreu na segunda-feira, em Coimbra, o presidente da ANA, José Luís Arnaut, falou de uma situação “esquizofrénica”, em que existe um concessionário que quer investir e há “um conjunto de vicissitudes externas e de constrangimentos de contexto” que não permitem avançar.
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José Luís Arnaut disse também que, se tivesse sido cumprido o acordo assinado com o Governo em 2019, que previa a construção do novo aeroporto no Montijo, em 2024 o país teria “uma nova infraestrutura aeroportuária”.
José Luís Arnaut afirmou ainda que a TAP e o país precisam do novo aeroporto, que poderia receber anualmente mais 10 milhões de passageiros, lembrando que 95% dos turistas chegam a Portugal de avião e que, sem uma nova infraestrutura, “o turismo não cresce”.
O ministro Pedro Nuno Santos lembra que a decisão de construir o novo aeroporto no Montijo estava tomada, mas não pôde avançar porque houve o veto de dois municípios, de acordo com o que está previsto na lei, uma lei que considerou “errada”.
“Nós defendemos a alteração da lei, mas não temos maioria absoluta. Conseguimos o acordo do PSD para proceder à alteração da lei, mas o PSD exigiu uma avaliação ambiental estratégica [que irá avaliar vantagens e desvantagens da construção do futuro aeroporto no Montijo e em Alcochete]. E é isso que nós vamos ter que fazer, uma avaliação ambiental estratégica, para conseguirmos o consenso que permita alterar a lei”, disse Pedro Nuno Santos.
“Essa avaliação ambiental estratégica levará tempo”, acrescentou Pedro Nuno Santos, reafirmando, no entanto, a ideia de que a construção do novo aeroporto deverá avançar muito antes de 2035, ao contrário do que sugeriu o presidente da ANA.
No sábado, em entrevista à Lusa, o presidente da CTP disse sentir “vergonha” quando se discute o assunto aeroporto, um dos que mais preocupa os seus associados – a par da TAP -, pedindo, por isso, um “pacto de regime” de “uma vez por todas”.
Francisco Calheiros lembrou também que a falta de capacidade aeroportuária e uma TAP em ‘espera’ são grandes constrangimentos à retoma e crescimento do setor do turismo, logo da economia portuguesa, e, por isso, fortes motivos de preocupação.
“Se retomar tudo em 2023, isto [aeroporto] é um dos assuntos que mais nos preocupa porque temos que pensar a médio prazo, porque existem investimentos em ‘pipeline’ [projeto] de novas unidades hoteleiras, etc. Que eu saiba o caderno de encargos do estudo de impacto ambiental estratégico não está feito”, afirma o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).
“Ora, o caderno de encargos não está definido. Se correr bem, o estudo demora no mínimo um ano e meio. Vamos para a hipótese mais rápida: Montijo como segundo aeroporto. Três anos e meio para construir. Todos os que estão aqui já fizeram obras em casa, pequenas obras, um mês demora três. A solução mais rápida é daqui a cinco anos. Agora vamos para 27 [2027] todos os estudos dizem que no máximo em 2024 já estamos a fazer [o mesmo número de turistas que em] 2019”, quando o aeroporto em Lisboa demonstrava sinais de rutura, lembrou.
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