A taxa média de remuneração dos depósitos voltou a recuar em julho, de 2,66% para 2,63%, segundo dados avançados esta terça-feira pelo Banco de Portugal. O pico foi registado em dezembro, quando os juros pagos pelo dinheiro depositado ultrapassaram ligeiramente os 3%, desde então têm estado em queda permanente.
Apesar desta tendência, que se regista há sete meses consecutivos, alimentada pela perspetiva de redução dos juros dos bancos centrais, as famílias continuam a engordar os depósitos. Em julho, os depósitos alcançaram um valor recorde de 12,6 mil milhões.
Na zona euro os bancos pagam, em média, juros de 3% pelos depósitos. Portugal apresenta a quinta remuneração mais baixa, apenas ultrapassado pela Eslovénia, Grécia, Chipre e Croácia.
Ainda assim, o montante aplicado em novas operações aumentou 2,5 mil milhões em julho, para 12,6 mil milhões, “o valor mais elevado da série”.
Este valor está sobretudo associado “à reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, e que atingiram a maturidade em julho sem renovação automática”, explica o supervisor.
Juros no crédito à habitação em mínimos de fevereiro de 2023
A taxa de juro nos novos empréstimos à habitação desceu pelo décimo mês consecutivo, para 3,7%. Está em linha com a Zona Euro e continua a ser a sétima mais baixa da região.
Os bancos concederam 1.806 milhões em crédito para habitação em julho, o que representa uma subida face aos 1.797 milhões em junho. Deste montante, 87% foi para habitação própria permanente, 6% para habitação secundária e 7% para obras.
Por tipo de taxa, a grande maioria dos novos empréstimos à habitação própria permanente foi concedida de forma mista (74%), 21% foi de forma variável e 5% fixa. Mais de metade do crédito, 51%, foi concedido com uma Euribor a 12 meses, 36% optaram pela Euribor a seis meses, 9% a três meses e cerca de 4% usaram outras taxas de referência.
A prestação média mensal dos empréstimos para habitação própria permanente manteve-se inalterada nos 423 euros em julho. A maioria, 75% dos contratos, têm uma prestação mensal inferior ou igual a 527 euros.
As famílias continuam a abater a dívida. As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram 0,89% do “stock” de empréstimos em julho, mais 0,08 pontos percentuais do que em junho.
Em julho, a dívida total das famílias chegava a 2.609 milhões de euros.
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