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Em 1988, o meio anónimo KV Mechelen, em flamengo, ou FC Malines, em francês, ganhou a Taça dos Vencedores das Taças ao bater, na final, em Estrasburgo, o poderoso Ajax, de Amesterdão.
Essa final não seria recordada aqui se o pequenino Villarreal não tivesse derrotado o gigante Manchester United, na quarta-feira passada, na final da Liga Europa, em Gdansk, 33 anos depois – é que Villarreal, 51 mil habitantes, tornou-se a menor cidade a conquistar uma competição europeia, superando Mechelen (Malines), onde vivem 86 mil pessoas.
No conto de fadas do Villarreal, no entanto, o dinheiro é protagonista, assim como nos outros contos de fadas mais famosos, da Cinderela à Bela Adormecida, onde há necessariamente reis e príncipes riquíssimos.
Na história do Submarino Amariilo, assim chamado desde uma subida à terceira divisão em 1967, no auge dos The Beatles, e por causa, claro, da cor do seu equipamento, um príncipe milionário de Valencia, depois de procurar nas redondezas o pé adequado onde investir os seus milhões, beijou o clube há 25 anos, despertando-o de uma morte anunciada.
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Fernando Roig, 74 anos, rei da cerâmica em Espanha, através da gigante Pamesa, dono de 9% do capital da cadeia de supermercados Mercadona, gerida pelo seu irmão, com fortuna avaliada pela Forbes em 1,8 mil milhões de dólares (1833º mais rico do mundo), tornou-se acionista maioritário do Villarreal em 1997, já depois de ter passado anos a tentar transformar o clube num modelo de gestão.
E, de clube que festejava subidas à terceira divisão, o Submarino Amarillo passou a incomodar Barcelona e Real Madrid, alcançando um segundo lugar na liga espanhola, jogando por três vezes na Liga dos Campeões e 12 na Europa League, que acaba de ganhar.
O triunfo do Villarreal é obra de uma pequena cidade. E de uma grande fortuna.
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