
O aumento dos rendimentos dos portugueses justifica o excedente orçamental, no entender do economista João Duque.
“O aumento do consumo que é gerado pelo aumento de rendimento líquido que as famílias tiveram este ano, com o desagravamento fiscal de IRS, o aumento de pensões e os próprios aumentos da Administração Pública, acabaram por dar mais rendimento às famílias que depois o usaram em consumo”, explica.
Em declarações à Renascença, o economista analisou os dados, divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dão conta de um excedente orçamental de 0,7% do Produto Interno Bruto, acima dos 0,4% estimados pelo ministro das Finanças.
Ainda de acordo com o INE, a carga fiscal aumentou ligeiramente para 35,7% do PIB em 2024. Uma subida de 0,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O que, para João Duque significa que a aliança Democrática (AD) não cumpriu o que prometeu, que era “reduzir significativamente a carga fiscal”.
“Quase que o Governo dá com uma mão o que tira com a outra”, considera João Duque. “Porquê? Porque nós lhe damos, porque consumimos”, adverte.
Outro dado connhecido esta quarta-feira, prende-se com o rácio da dívida pública, que melhorou. Caiu para 94,9% do PIB, o valor mais baixo desde 2009.
´”É um bom sinal”, na análise do economista João Duque, mas importa que a trajetória de descida continue.
“Tem que se continuar a convergir e a previsão é de que, no fim de 2025, esteja perto dos 92%. Nós vamos ter que sempre continuar a reduzir este déficit relativo ao PIB, para continuarmos a garantir que a nossa dívida é sustentável”, conclui.
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