A presidente executiva (CEO) da TAP considerou esta quinta-feira que os cancelamentos de voos nos aeroportos portugueses “já atingiram o pico” e devem-se não apenas a um problema, mas a uma “longa lista” deles.
“Quando olhamos para os nossos voos previstos e para todos os fatores em jogo vemos que atingimos o pico já, não precisamos de esperar por agosto, porque o nosso pico começou em julho e o mesmo aconteceu a todas as companhias devido às regras das `slots´, cuja regulamentação e regras tardaram”, disse Christine Ourmières-Widener.
A gestora falava aos jornalistas em São Paulo, para assinalar o aumento de dois para três voos semanais entre o Porto (Portugal) e São Paulo (Brasil).
Também a partir do Porto, a TAP aumentou ainda para duas vezes por semana a ligação ao Rio de Janeiro, igualmente no Brasil.
Neste momento, a empresa está a operar, a partir do Porto, 140 voos semanais, havendo agora uma aposta na ligação da cidade a destinos mais longínquos, vincou.
A CEO da transportadora acredita que o “pico” irá estabilizar até à época de inverno, garantindo estar a fazer “tudo o que pode” em termos de organização e recursos para melhorar a situação que se vive nos aeroportos, nomeadamente no de Lisboa.
As perturbações que se verificam nas operações da TAP estendem-se a todas as companhias aéreas da Europa, vincou, falando nos “inúmeros” desafios que esta indústria enfrenta nos dias de hoje.
“Lisboa está a recuperar mais depressa do que outros aeroportos que estão a recuperar mais devagar, em duas semanas já vemos melhorias”, afirmou.
Este problema, que é transversal a todas as companhias aéreas, é “complexo” e não tem apenas uma causa, mas uma “longa lista” delas, desde problemas com o `handling´ (designação inglesa que abrange todos os serviços prestados em terra para apoio às aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio), falta de pessoal e de aviões de reserva e o sistema de navegação no aeroporto de Lisboa cheio, ressalvou Christine Ourmières-Widener.
A CEO da transportadora salientou estar a fazer “ajustes” no aeroporto de Lisboa para melhorar o serviço prestado, nomeadamente a recrutar mais pessoal de cabine.
O cancelamento de voos não é benéfico para nenhuma companhia aérea, ressalvou, admitindo que o mesmo vai ter impactos nas contas da TAP.
Questionada sobre um novo aeroporto em Lisboa, a gestora disse que seja qual for a decisão do Governo será “bem-vinda”.
“Só estou há um ano em Portugal, a história do aeroporto começou antes de mim, a única coisa que pensamos é que precisamos de uma visão para a TAP e qualquer decisão será bem-vinda para nós”, entendeu.
E acrescentou: “Quando soubermos onde e quando poderemos preparar-nos e fazer desta uma história de muito sucesso para a TAP e para Portugal claro, mas primeiro precisamos de uma decisão”.
Christine Ourmières-Widener garantiu que irá sempre apoiar a decisão “que não é fácil” do Governo.
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