//Polónia extingue mecanismo judicial e pede libertação de fundos da UE

Polónia extingue mecanismo judicial e pede libertação de fundos da UE

A Polónia extinguiu definitivamente um controverso mecanismo disciplinar de juízes do Supremo Tribunal que, segundo a União Europeia, atentava contra a independência da Justiça, e pediu esta terça-feira que a União Europeia reaja em conformidade.

A Comissão Europeia tinha notificado a Polónia de que deveria abolir essa câmara disciplinar para poder receber os fundos de recuperação pós-pandemia de covid-19 bloqueados há um ano, no valor de cerca de 35 mil milhões de euros.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, promulgou na segunda-feira a lei que põe fim a esse mecanismo disciplinar e o substitui por um novo painel de avaliação profissional, e hoje, Jaroslaw Kaczynski, o presidente do partido Lei e Justiça, da direita nacionalista, no poder, sublinhou que a Polónia cumpriu as exigências da União Europeia (UE) em matéria de alterações à legislação sobre o poder judicial.

“Espero que a reação [da UE] seja adequada e de acordo com os tratados europeus”, declarou Kaczynski, reiterando a sua opinião de que os órgãos europeus violaram os tratados da União Europeia na forma como lidaram com a Polónia.

Kaczynski também afirmou que a guerra na Ucrânia, vizinha da Polónia, mudou recentemente para melhor a abordagem da UE em relação ao Governo de Varsóvia e que são visíveis alguns “sinais de boa-vontade”, porque a Polónia está a apoiar o combate da Ucrânia contra a ofensiva russa e tem acolhido milhões de refugiados ucranianos.

Contudo, as alterações assinadas por Duda ainda são amplamente consideradas superficiais, pelo que se mantém o controlo político sobre os juízes, o que é um grande pomo de discórdia entre Varsóvia e Bruxelas.