//Polónia só acede a fundos do PRR se garantir independência do sistema judicial

Polónia só acede a fundos do PRR se garantir independência do sistema judicial

A presidente da Comissão Europeia reiterou hoje, perante o Parlamento Europeu, que a Polónia só receberá os fundos do seu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) após proceder a reformas que garantam a independência do sistema judicial.

Num debate no hemiciclo de Estrasburgo (França), Ursula von der Leyen disse ter noção de que muitos eurodeputados estão “céticos” com a “luz verde” recentemente dada pela Comissão ao PRR da Polónia, reconheceu que “certamente que não” estão resolvidas todas as questões relacionadas com a polémica reforma judicial no país, mas insistiu que Bruxelas será intransigente na defesa do Estado de direito, mensagem que disse ter deixado “muito clara” quando se deslocou na semana passada a Varsóvia.

“A aprovação deste plano está ligada em particular a compromissos claros por parte da Polónia sobre a independência do poder judicial”, disse.

Von der Leyen recordou que há três exigências elementares, a primeira das quais a extinção da atual câmara disciplinar e a sua substituição por um tribunal independente e imparcial estabelecido por lei.

Além disso, prosseguiu, Varsóvia também deve reformar o regime disciplinar, para acabar com as controversas infrações disciplinares previstas para os juízes e para permitir que os magistrados que pretendam tenham o direito de ver o seu caso analisado pela nova câmara disciplinar.

Finalmente, adiantou, a Polónia deve demonstrar até ao final de 2023 que todos os juízes ilegalmente demitidos tenham sido reintegrados até lá.