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Mais de 86% da população portuguesa em risco de pobreza não teve acesso aos apoios lançados pelo governo de António Costa em 2021 para mitigar os impactos negativos da covid-19. Segundo um relatório do Eurostat, publicado esta terça-feira, apenas 13,8% das famílias portuguesas mais carenciadas receberam algum tipo de subsídio estatal no segundo ano da pandemia. Ou seja, mais de 86% dos agregados com sérias dificuldades financeiras ficaram excluídos.
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A nível global, considerando todos os níveis de rendimento, o número de famílias que beneficiaram algum tipo de apoio público também é baixo: apenas 13%, de acordo com o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE).
Considerando o ranking elaborado pelo Eurostat, Portugal é o sexto país, entre uma lista de 11 Estados-membros da UE, que abrangeu menos famílias no seu pacote de ajudas, atrás da Hungria, Roménia, Holanda, Croácia e Bulgária.
Em sentido inverso, a Bélgica surge em primeiro lugar no número de famílias abrangidas pelos apoios anti-covid: 56% dos contribuintes, em geral, receberam ajuda e 46,1% das famílias em risco de pobreza tiveram acesso a subsídios públicos.
Espanha e Grécia também se destacaram bem de Portugal ao beneficiarem um maior número de agregados. O governo espanhol atribuiu apoios a 27,6% das famílias, em geral, e a 24,4% das pessoas em risco de pobreza. No estado grego, 39,1% da população e 38,4% dos agregados mais carenciados receberam ajuda.
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Analisando o impacto do segundo ano de pandemia nos orçamentos familiares, o Eurostat mostra que 18% da população portuguesa sentiu uma perda de rendimentos face a 2020 e que 20,3% viu, pelo contrário, os sues vencimentos subirem. Contudo, a maioria (61,8%) conseguiu, em 2021, manter o rendimento familiar comparativamente com o ano anterior.
Dos 26 Estados-membros para os quais existe estatísticas (não há dados para a Hungria), Portugal surge em 11º lugar como o país em que mais pessoas sentiram o rendimento cair em 2021 face ao ano anterior. No fundo da tabela estão Chipre, Grécia e França, com 27,6%, 24,7% e 26,3% da população a constatar uma quebra do rendimento, respetivamente.
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