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Portugal registou um excedente de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano, em contas nacionais, invertendo a tendência do défice de 5,6% registada no período homólogo de 2021, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística. Considerando o primeiro semestre, o saldo foi também positivo, fixando-se em 0,8% do PIB.
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“Tomando como referência os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP [Administrações Públicas] no 2.º trimestre de 2022 atingiu 1.104,6 milhões de euros, correspondendo a 1,9% do PIB, o que compara com -5,6% no período homólogo”, refere a nota do INE.
O INE indica ainda que, considerando o primeiro semestre, o saldo foi também positivo, fixando-se em 0,8% do PIB, “registando-se uma melhoria expressiva deste indicador face não só aos semestres homólogos de 2020 e 2021, marcados pela pandemia Covid-19, mas igualmente face a 2019”.
Considerando o segundo trimestre deste ano face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 13,1% da receita total, enquanto a despesa total diminuiu 4,4%.
No lado da despesa, registou-se um decréscimo de 1,3% da despesa corrente, em resultado da diminuição das despesas dos encargos com juros (-10,2%) e dos subsídios pagos (-67,1%), enquanto, por outro lado, as despesas com prestações sociais e com pessoal aumentaram 1,9% e 3%, tendo o consumo intermédio registado um crescimento de 6,6% e a outra despesa corrente de 15,5%.
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O INE indica ainda que a despesa de capital diminuiu 31,4%, em resultado da queda em 78,6% da outra despesa de capital e do crescimento de 13,5% do investimento.
No que toca à receita, o crescimento de 13,7% da receita corrente resultou de aumentos em todas as suas componentes, exceto na outra receita corrente, com o INE a destacar que a evolução positiva da receita fiscal (21,8%) e contributiva (8,4%) evidencia a recuperação da atividade económica e do mercado de trabalho face ao período homólogo marcado restrições devido à pandemia.
A explicar a evolução está ainda uma diminuição de 11,7% da receita de capital.
Considerando o primeiro semestre, o saldo orçamental atingiu um excedente de 0,8% do PIB, uma melhoria face ao défice de 5,7% registado no período homólogo de 2021 e ao défice de 5,5% do mesmo período de 2020, mas também ao défice de 1,1% registado nos primeiros seis meses de 2019.
Em comparação com o período homólogo de 2021, registou-se um crescimento da receita total de 12,4%, enquanto a despesa total diminuiu 3%.
O INE aponta que na receita, “em resultado da recuperação da atividade económica e do mercado de trabalho no período pós-pandemia, acentuado pelo efeito do aumento dos preços”, se destacam os aumentos na receita fiscal, nas contribuições e nas vendas (20,7%, 7,9% e 16,5%, respetivamente).
Do lado da despesa salienta a diminuição dos subsídios e dos encargos com juros (-72,8% e -11,4%, respetivamente).
Os economistas consultados pela Lusa tinham-se mostrado divididos nas estimativas entre um ligeiro excedente orçamental ou um pequeno défice, no segundo trimestre.
Para este ano, o Governo prevê um défice de 1,9% do PIB.
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