
João Leão, antigo ministro das Finanças do Partido Socialista (PS), considera que Portugal “deixa de beneficiar de credibilidade” na Europa e no mundo com a saída de Mário Centeno do Banco de Portugal (BdP).
Perante o anúncio da nomeação de Álvaro Santos Pereira para o cargo de governador, o antigo responsável da pasta das Finanças entre 2022 e 2024 afirma que, se ainda estivesse no Governo, teria como “opção óbvia” reconduzir Mário Centeno.
“É uma pessoa com uma experiência notável, com um alto reconhecimento internacional, tanto ao nível dos governadores e dos fundadores de política a nível europeu. Isso é importante para Portugal, porque há questões importantes, não só em relação à política monetária, mas à supervisão financeira, em que é importante ter uma voz credível na Europa”, considera em declarações à Renascença.
Para o antigo ministro das Finanças, o país não vai mais usufruir da “respeitabilidade” e da “credibilidade” que Mário Centeno ganhou no plano europeu e internacional, nomeadamente ao presidir ao Eurogrupo entre 2018 e 2020.
Apesar de assumir que é uma “decisão política”, João Leão reconhece que a experiência de Santos Pereira como ministro da Economia e como alto quadro da Organização para o Comércio e Desenvolvimento Económico (OCDE) lhe dá competência para liderar o BdP, numa altura de “desafios” e “decisões”.
“É um bom nome, tem um bom currículo. Acredito que, apesar de ser uma ala mais próxima do PSD, possa exercer o seu mandato com independência e conseguir fazer um bom mandato nos próximos encontros. Nesta altura, o Banco de Portugal tem alguns desafios importantes de enfrentar. O Banco Central Europeu decidiu, depois de uma redução de dois pontos percentuais no último ano, das taxas de juros de 4% para 2%, fazer uma pausa. (5:18) E a grande dúvida é se deve manter esta pausa”, remata.
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