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No ano de 2020 Portugal conseguiu alcançar no Índice de Inovação da Bloomberg – classificação dos países mais inovadores do mundo – o 34º lugar, algo que não conseguiu manter este ano descendo três patamares.
A Coreia do Sul, que liderou o índice em sete das nove vezes que foi publicado, retorna ao primeiro lugar do pódio, muito em parte pelo aumento na atividade de patentes, onde está no topo, ao lado de um forte desempenho em investigação e desenvolvimento e manufatura. Contrariamente, os Estados Unidos, que lideraram o primeiro índice em 2013, deixam agora de estar entre os 10 primeiros.
Destronada pela Coreia, a Alemanha caí para a quarta posição e dá voz ao aviso feito há dois anos por Juergen Michels, economista-chefe do Bayerische Landesbank, segundo o qual o país carece de trabalhadores qualificados e de uma estratégia adequada para a tecnologia de próxima geração.
Este índice avalia dezenas de critérios através da utilização de sete métricas igualmente ponderadas tais como os gastos em pesquisa e desenvolvimento, capacidade de fabricação e concentração de empresas públicas de alta tecnologia.
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Impulsionado este ano pela luta mundial contra a covid-19, estes resultados refletem as adaptações tecnológicas e outras inovações necessárias para o funcionamento económico e social dos países.
Catherine Mann, economista-chefe global da Citigroup reconhece que à acrescentar à “urgência das alterações climáticas”, a pandemia da covid-19 veio aumentar a importância e necessidade de inovação. “Normalmente a inovação mede-se por novas ideias, novos produtos e novos serviços” acrescenta ainda à Bloomberg, no entanto, a verdadeira métrica do sucesso é a “difusão e adoção” concluí.
Reflexo da pandemia no Índice
Ainda que muitos dos dados sejam anteriores à crise da covid-19, estes revelam que, os que estão no topo da lista, como a Coreia, a Alemanha e Israel, têm sido líderes em áreas cruciais ao combate à pandemia.
Quanto ao desempenho dos Estados Unidos, empresas americanas como a Zoom Video Communications ou a fabricante de vacinas Pfizer estão entre os símbolos de inovação do ano precedente, refletindo a melhor classificação do país em densidade de empresas de alta tecnologia.
De acordo com economista vencedor do Prémio Nobel Paul Romer, a pandemia trouxe ainda para o centro do debate, questões como o desenvolvimento de políticas e organização que não eram anteriormente tão consideradas para o índice.
Também cada vez menor está a diferença entre as duas maiores economias do mundo, os EUA e a China, responsáveis por grande parte da inovação mundial e a travar uma batalha em áreas-chave de políticas, como direitos de propriedade intelectual. Embora em queda, a China ocupa atualmente a 16º posição, uma diferença de apenas cinco lugares para os Estados Unidos.
Quanto aos mais recentes “vencedores” deste ano, estes são a Índia, que voltou a ficar entre os 50 mais bem classificados pela primeira vez desde 2016, e o Uruguai, que se qualificou pela primeira vez. Por outro lado, Argélia e Argentina estão entre os países que mais caíram no ranking.
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