//Portugal desce três lugares no Índice Mundial de Pensões para 25.º

Portugal desce três lugares no Índice Mundial de Pensões para 25.º

Em 52 países analisados, Portugal surge este ano na 25.ª posição, na 17ª edição anual do Índice Mundial de Pensões da consultora Mercer. Em comparação com 2024, o país desce três lugares.

Os sistemas de pensões dos Países Baixos, da Islândia, da Dinamarca e de Israel mantêm a classificação A em 2025. Pela primeira vez, Singapura recebe também a classificação A, e é o único país da Ásia com a melhor nota.

Portugal regista uma pontuação global de 67,6, mas tem a quinta e a nona classificação mais elevada nos subíndices ‘Adequação’ (83,7) e ‘Integridade’ (85,4), respetivamente.

Já no subíndice ‘Sustentabilidade’, Portugal tem a sétima classificação mais baixa.

O índice atribui ao sistema de pensões português a nota geral B, o que indica que “dispõe de uma estrutura sólida, com diversas características positivas, embora ainda existam algumas áreas a melhorar”, explica a consultora em comunicado.

Os países que alcançaram pontuações acima de 80 receberam a classificação A neste Índice e garantem “um sistema de rendimento de reforma robusto, que proporciona bons benefícios, sustentável e com um elevado nível de integridade”, sustenta o relatório.

Para cada subíndice, os sistemas com os valores mais elevados foram: o Kuwait para Adequação, a Islândia para Sustentabilidade e a Finlândia para integridade.

Oito sistemas de rendimento de reforma melhoraram a classificação no índice este ano, e nenhum sistema sofreu uma descida. Segundo os autores, demonstra que os rendimentos de reforma estão a melhorar à escala global, numa altura em que as pessoas vivem mais tempo e as taxas de natalidade continuam a diminuir.

Equilibrar planos de pensões privados com prioridades nacionais

O índice deste ano analisa o impacto não previsto das intervenções governamentais, numa altura em que a crescente incerteza global, as ameaças ao crescimento e a dimensão dos ativos dos fundos de pensões deixaram os governos mais abertos à tomada de medidas.

O relatório sugere oito princípios sobre como os governos podem equilibrar, da melhor forma, os interesses dos participantes de planos de pensões privados com as prioridades nacionais.

“À medida que as pessoas vivem mais tempo e os mercados de trabalho mudam, os governos enfrentam pressão para adaptar os sistemas de pensões”, diz Cristina Duarte, da Mercer. “No entanto, as empresas, governos e gestores de pensões devem ter uma palavra a dizer na definição de sistemas de pensões mais resilientes”, acrescenta.

Margaret Franklin, presidente do CFA Institute, que também colabora na realização deste Índice, alerta para o impacto da regulamentação e das medidas políticas no funcionamento dos fundos de pensões. “A comunidade profissional de investimentos deve proteger-se contra as consequências não previstas que podem surgir quando mandatos ou restrições distorcem o sistema”, avisa.

“O objetivo central das pensões deve continuar a ser garantir o rendimento na reforma, guiado, acima de tudo, pelo dever fiduciário. Os sistemas de pensões funcionam melhor quando equilibram a inovação e as prioridades governamentais com a responsabilidade duradoura de servir os interesses dos investidores finais”, conclui.

O relatório defende que em vez de imporem diretrizes, os governos devem promover estes instrumentos de poupança.

“Os sistemas de pensões sem restrições ou com restrições limitadas tendem a ter um melhor desempenho no índice”, afirma Cristina Duarte. “Em vez de impor regras, os governos podem concentrar-se em tornar as opções de investimento atraentes, promover a transparência e a boa governação e fomentar a colaboração com o setor privado para apoiar sistemas de reforma sustentáveis e o crescimento económico”, defende.

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