Portugal deverá registar este ano um novo recorde na venda de carteiras de crédito malparado, com o volume de transações a poder atingir os 8.000 milhões de euros.
Segundo um estudo da consultora Prime Yield, divulgado esta quinta-feira, na Península Ibérica, “a transação de tais portefólios possa ascender a 28.000 milhões de euros este ano, simultaneamente beneficiando do crescente interesse dos investidores por este tipo de ativos e pelos mercados sul-europeus”.
“Mas também, e especialmente, porque a Ibéria se afirma como um mercado que proporciona oportunidades para perfis e tickets de investimento variados, uma vez que Portugal e Espanha se encontram em fases distintas de maturidade deste mercado, com níveis de retorno e competitividade diferentes”, destaca ainda um comunicado divulgado hoje relativo ao mesmo estudo.
No caso de Portugal, “a transação das grandes carteiras deverá continuar a marcar a atividade este ano, com uma dinâmica especial nos ativos garantidos por imóveis, cada vez mais atrativos dado o crescimento dos preços no setor imobiliário”.
“O estudo da Prime Yield prevê que Portugal registe um novo ano recorde na transação deste tipo de carteiras, atingindo um volume de 8.000 milhões de euros, à medida que a procura e oferta estão cada vez mais alinhados”, acrescenta o comunicado.
Lembra que o mercado de venda de carteiras de crédito malparado atingiu em 2018 “um pico de 7.500-8.000 milhões de euros em transações, um número inédito no país, com todos os grandes bancos a transacionarem portefólios”. O stock de malparado no sistema financeiro português diminuiu em 8.500 milhões de euros, em termos homólogos, para os 21.300 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, adianta o comunicado, citando dados da Autoridade Bancária Europeia (EBA).
“O stock nacional é agora equivalente a 3,3% do montante de NPL (non-performing loans) contabilizado no sistema financeiro europeu, num total de 635.800 milhões de euros. A par desta redução expressiva no stock de malparado, o peso do crédito em incumprimento sobre o montante total de empréstimos (rácio de NPL) também tem vindo a decrescer de forma consistente, recuando agora para 8,9%”, sublinha.
Frisa que apesar do rácio de crédito malparado do país ter recuado em 3,5 pontos percentuais face aos 12,4% registados um ano antes, “Portugal mantém o terceiro rácio de malparado mais elevado da Europa, apenas superado, ainda que bem de longe, pelo Chipre e Grécia, com rácios de, respetivamente, 21,5% e 39,2% no 2º trimestre de 2019”.
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