//Portugal eleito “economia do ano”. Candidatos presidenciais pedem mais “ambição”

Portugal eleito “economia do ano”. Candidatos presidenciais pedem mais “ambição”

Os candidatos presidenciais reagiram esta segunda-feira à notícia de que Portugal é a “economia do ano” de 2025, segundo a revista “The Economist”.

Luís Marques Mendes considerou que Portugal fala numa “notícia excelente” e defende que o país deve ter “um espírito de maior ambição”.

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Em declarações aos jornalistas durante uma visita ao evento “Óbidos Vila Natal”, o candidato apoiado por PSD e CDS-PP considerou que para os portugueses, “que estão permanentemente a ser bombardeados com notícias pela negativa, esta é uma notícia pela positiva”.

Luís Marques Mendes afirmou que “é uma boa notícia também para o Governo, porque obviamente que reconhece o acerto de várias decisões governativas”.

“Eu acho que é difícil Portugal ter uma notícia tão boa, tão positiva e tão ambiciosa como esta, e acho que nós só temos razões para uma coisa, continuar a pedalar cada vez com mais força, nada de parar, intensificar e reforçar para termos um espírito de maior ambição, ambição, ambição, ambição, acho que é a palavra certa neste momento”, defendeu.

Gouveia e Melo contra dependência do turismo

Gouveia e Melo defendeu que a economia portuguesa deve ser mais diversificada e encontrar um equilíbrio entre a flexibilidade e os direitos dos trabalhadores, durante uma visita a uma fábrica de casas modulares, no Montijo.

Alertou que a economia portuguesa “tem problemas estruturais”, porque tem quase 20% do PIB dependente do turismo. “Se houver uma crise internacional que afeta o turismo, nós entramos numa crise profunda. Por isso nós precisamos de ter indústrias a este género de atividade”, disse.

“Nós precisamos de desenvolver uma economia mais diversificada, mas mais coesa, com as pessoas. Uma economia sem as pessoas, uma economia em que o lucro seja o fim de tudo, acaba por se matar a ela própria”, afirmou Gouveia e Melo.

António José Seguro, que também visitou o evento “Óbidos Vila Natal”, mas não se cruzou com Marques Mendes, considerou que o “dinamismo do mercado laboral” foi uma das razões para a economia portuguesa ter sido distinguida pela revista ‘The Economist’ e questionou “qual a necessidade” de alterar a legislação laboral.

“Isto é uma excelente notícia para o nosso país, quando reconhecem a vitalidade da nossa economia. Mas se repararem, um dos fundamentos desse reconhecimento reside no dinamismo do mercado laboral que nós temos no nosso país, e mais uma razão para não se perceber qual é a necessidade que o Governo tem de alterar a legislação laboral”, afirmou.

“Uma vitória do país”, diz Seguro

António José Seguro disse esperar que “toda a gente, as empresas, os trabalhadores, os governos, toda a gente contribua para que o país seja mais competitivo, para que haja mais riqueza, porque só assim há melhores salários”.

“É uma vitória do país. No meio de tantas notícias negativas, haver uma notícia positiva, isso é bastante estimulante e é bastante positivo. E como candidato da Presidente da República, fico sempre feliz, cada vez que reconhecem fora de Portugal, o esforço que os trabalhadores e as empresas fazem para nós termos uma economia que cria mais riqueza e também possa ter melhores salários”, defendeu.

Ventura lembra pobreza

André Ventura desafiou o Governo a encarar a economia “como um serviço às pessoas” ao invés de se preocupar com “uma aritmética de números” ou “um Excel para mostrar à União Europeia”.

“Gostava que o Governo se preocupasse com a pobreza nos mais velhos, gostava que o Governo se preocupasse com o nível que temos hoje de pessoas a depender de subsídios do Estado para ter qualquer coisa em vez de se preocupar com aritmética”, afirmou aos jornalistas, em Évora.

Um dia depois de a revista britânica The Economist ter considerado Portugal como a “economia do ano” de 2025 entre os 36 países mais ricos do mundo, o presidente do Chega e candidato presidencial defendeu que é preciso conhecer os critérios desta classificação e lembrou que o país integra outros ‘rankings’ menos positivos.

“Portugal também está noutros ‘rankings’ maus de pobreza dos seus idosos e dos reformados, também está em rankings maus de subsidiodependência e de dependência do estado da economia, de níveis de burocracia”, contrapôs, referindo tratar-se de uma questão que tem de ser encarada de “todos os lados”.

No entender de Ventura, o executivo poderia tirar partido deste ‘ranking’ da revista The Economist para mudar a sua visão económica.

“Eu gostava que o Governo aproveitasse esta oportunidade que temos aqui para poder olhar para a economia como um serviço às pessoas e não como uma aritmética de números ou como um Excel para mostrar à União Europeia”, defendeu.

Cotrim pede mais ambição

João Cotrim de Figueiredo afirmou nos Açores que “falta ambição à política portuguesa”, defendendo que o Presidente da República deve ser uma “referência otimista, confiante e desafiadora” capaz de evitar o “marasmo”.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal defendeu que Portugal precisa de maior ambição e de uma atitude mais aberta à mudança.

“Não vou dizer que não é agradável. Mas olho para além dos títulos. Fui ver exatamente como era feito o ‘ranking’. Continuamos com 10 a 11 países à nossa frente do ponto de vista de crescimento económico. Estamos de facto a comparar-nos com um conjunto de países europeus todos eles em relativa apatia. E as exceções são países que estão a recuperar de um impacto da pandemia bastante mais profundo do que outros”, disse.

Catarina Martins lembra quem não consegue pagar a casa

Catarina Martins afirmou que “não há nenhum sucesso” numa economia quando “quem trabalha não consegue pagar a casa, a farmácia e o supermercado”, acusando o Governo de estar deslumbrado com a distinção da revista The Economist.

“A política tem que ser sobre a vida séria das pessoas e o que é preciso dizer é que não há nenhum sucesso na Economia quando quem trabalha não consegue pagar a casa, a conta da farmácia ou a fatura do supermercado”, afirmou a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, a discursar na apresentação de António Pinho Vargas como o seu mandatário nacional nas eleições presidenciais de janeiro.

Catarina Martins diz que é preciso entender as razões de Portugal ser a “economia do ano” e apontou alguns argumentos que descreve como “insólitos”.

“Um dos argumentos é o mercado de ações [que] está em alta. Eu tenho a certeza neste país que pensou que se o mercado de ações está em alta, então isto vai de vento em poupa”, apontou.

E continuou: “O outro argumento é que há muitos estrangeiros ricos que estão a gostar de se mudar para Portugal porque cá pagam poucos impostos. E as pessoas pensam que se os estrangeiros ricos estão felizes, então isto vai de vento em poupa”, explanou.

Para a ex-coordenadora do BE “o que é preciso dizer é que a qualidade da Economia mede-se na qualidade dos salários, das pensões, na qualidade dos serviços públicos e mede-se na qualidade do emprego”.

Portugal tem a economia com melhor desempenho em 2025, indica o ranking anual da revista “The Economist”, revelado no domingo.

“Doce como um pastel de nata”. É desta forma que a publicação britânica descreve a prestação da economia portuguesa no último ano.

Para a liderança do ranking de 36 países desenvolvidos contribuiu decisivamente o “forte crescimento” do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média europeia, a inflação sob controlo e prestação do mercado bolsista.

Para elaborar esta lista, a revista compilou dados de cinco indicadores económicos – inflação, o desvio da inflação, o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e o desempenho da bolsa de valores.

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