//Portugal finta a concorrência com empurrão inglês no turismo

Portugal finta a concorrência com empurrão inglês no turismo

No dia em que se tornou oficial a reabertura dos voos não essenciais para o Reino Unido, chegaram também boas notícias para o turismo nacional: luz verde aos britânicos para vir de férias para Portugal. O destino leva pelo menos três semanas de avanço face aos principais concorrentes: Espanha, Grécia e Itália. Portugal chega assim à lista verde elaborada pelos governos inglês e escocês, o que significa que os cidadãos desses países podem, a partir de segunda-feira (dia 17), viajar para Portugal sem precisar de fazer quarentena no regressarem a casa. Os países que não estão nesta lista obrigam a um isolamento durante dez dias.

“O mais importante é que Portugal esteja na lista verde, o que significa que quem nos visitar não terá de ficar de quarentena (com todos os custos, nomeadamente salariais, que tal envolveria). Que os nossos concorrentes mais diretos não integrem esse conjunto de países é um bónus”, começa por dizer Vera Gouveia Barros, economista especializada na área do turismo.

“Fundamental é estarmos nós nessa lista verde, mantermo-nos lá e proporcionarmos aos turistas ingleses uma experiência que não lhes cause senão boa impressão e os faça querer regressar. Isso significa, por exemplo, que não podemos tê-los horas à espera no aeroporto”, alerta.

O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal. Em 2019, ano em que acolhemos mais de 16 milhões de turistas estrangeiros, mais de 2 milhões eram britânicos e foram responsáveis por mais de 6,4 milhões de dormidas (sendo que no total, os não residentes representaram mais de 49 milhões de dormidas). No ano passado, fortemente marcado pela pandemia, Portugal acolheu 3,9 milhões de hóspedes estrangeiros, dos quais mais de 460 mil eram britânicos. Tipicamente, Algarve e Madeira são os destinos mais procurados.

Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, também assume que, mais do que estar na lista verde, e à frente de destinos concorrentes, é necessário que o destino se mantenha nesse patamar. “Desvantagem não é seguramente. Os critérios que o Reino Unido adotou para incluir 12 países nessa lista são bastante exigentes e latos. Portugal pontuou bem em todos eles”, diz a governante.

Capitalizar essa vantagem, face a países como Itália, Grécia e Espanha, passa por “receber bem”. “Temos de receber bem os britânicos que nos escolheram. Acautelando todas as condições sanitárias, mas continuando a servir tão bem, ou melhor do que em 2019, para que a experiência possa ser positiva e as pessoas que nos visitam repitam nos próximos anos”, acrescenta.