//Portugal lidera na diferença salarial de professores no início e fim de carreira

Portugal lidera na diferença salarial de professores no início e fim de carreira

É a maior diferença em toda a União Europeia. Um professor português do ensino básico e secundário em final de carreira ganha mais do dobro de um docente do mesmo nível de ensino quando começa a dar aulas. De acordo com um estudo da Comissão Europeia a diferença é de 116% entre a entrada para a profissão e a saída para a reforma.

O estudo intitulado “Salários e subsídios dos professores e diretores de escola”, Portugal está muito acima da média da UE. “A diferença no ritmo de aumento dos salários dos professores no ensino básico na Europa é muito ampla, variando entre os 7% na Lituânia e os 116% em Portugal. Em média, os salários no topo da faixa salarial são 52% mais altos que os salários iniciais neste nível de ensino”, indica o documento.

No entanto, esta disparidade tem uma razão de ser. “Os sistemas educacionais com progressão salarial mais significativa são as comunidades francesa e flamenga da Bélgica, a Irlanda, a Grécia, a França, o Luxemburgo, a Hungria, a Holanda, a Áustria, Portugal e Eslovénia. No entanto, em alguns desses países (por exemplo, Grécia, Hungria, Portugal e Eslovénia), os salários iniciais são relativamente baixos”, ou seja, o ponto de partida é muito baixo, comparando com os restantes países europeus.

O relatório indica que os salários dos professores em 2016/17 eram “significativamente mais altos do que o PIB per capita (mais de 10%)” em dez países, onde se incluía Portugal. De acordo com os dados fornecidos, o PIB per capita foi de 18 900 euros.

Além disso, para atingir o topo da carreira são necessários 34 anos de serviço. Mesmo assim, abaixo de países como a Itália, a Grécia, a Espanha (quase 40 anos) ou a Hungria (42 anos).

Mais do que um salário

O documento sublinha que “não é apenas importante o valor do salário, mas também o momento em que os aumentos são concedidos ao longo da carreira. Se os aumentos estiverem programados para os primeiros anos, mais professores poderão aceder e serão mantidos por um longo período de tempo.” E nesta matéria, os países nórdicos têm um sistema de progressão salarial mais significativo nos primeiros 15 anos de serviço. Já para nos países do sul da Europa os aumentos salariais acontecem sobretudo com década e meia de carreira.

No caso dos professores em início de carreira, o estudo refere que ainda não foi recuperado o poder de compra na sua totalidade. “Quando ajustados à inflação, os salários dos professores em início de carreira eram ligeiramente mais baixos em 2017/18 do que em 2014/15 na Bélgica, Grécia, Luxemburgo, Portugal, Finlândia e Reino Unido”, indica o relatório.

Quanto ao envelhecimento da população docente, Portugal figura no grupo de países em que a percentagem de professores com idade superior a 50 anos está acima da média europeia. Recentemente, um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) indicou que metade dos docentes portugueses teria de ser substituída na próxima década devido ao envelhecimento da classe.

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