O Tesouro financiou-se em 782 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a dez anos. O juro ficou abaixo de 2%. Mas, ainda assim, as preocupações sobre Itália levaram a uma subida dos custos de financiamento face ao último leilão comparável. O valor ficou perto do intervalo mínimo indicado para esta operação, que era de entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros.

Na emissão desta quarta-feira a taxa foi de 1,939%, o que compara com o juro de 1,854% do último leilão a dez anos realizado em meados de setembro, segundo dados da Reuters. Mas a procura foi quase o triplo da oferta. “Foi um leilão com muita procura, o que demonstra o interesse dos investidores na taxa de juro paga por estas OT”, refere o diretor da gestão e ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva, numa nota.

O responsável do banco observa que “a taxa desta emissão subiu ligeiramente face à anterior, mas esse é um movimento que acompanha a evolução recente da curva da dívida soberana europeia”. Os juros dos países do sul da Europa têm subido com o confronto entre o governo italiano e a Comissão Europeia a tornarem os investidores mais cautelosos. Ainda assim, a dívida portuguesa tem aguentado o impacto. As taxas italianas têm subidas bem mais pronunciadas. A dez anos estão acima de 3,5%.

Apesar do juro mais alto, Filipe Silva considera que “foi uma emissão com sucesso para o Estado português que conseguiu, mais uma vez, financiar-se a longo prazo pagando uma taxa historicamente baixa para o risco português”. E salienta que “Portugal emite dívida longa abaixo do custo médio da dívida pública, cuja taxa (de cupão) média se situa nos 3,85%”.

Atualizada às 11:05

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