//Portugal produz menos eletricidade solar do que Inglaterra, diz ministro do Ambiente

Portugal produz menos eletricidade solar do que Inglaterra, diz ministro do Ambiente

O ministro do Ambiente disse esta quarta-feira que Portugal
produz menos energia, a partir de fonte solar, do que Inglaterra, situando a
produção abaixo dos dois gigawatts e reafirmou o compromisso do Governo de
atingir nove gigawatts em 2030.

“Para terem um ponto de comparação, hoje temos um pouco
menos do que dois gigawatts, temos de fazer aqui um esforço enorme. Portugal,
ainda hoje, produz menos eletricidade a partir de fonte solar do que, por
exemplo, a Inglaterra. A Inglaterra é famosa por coisas várias, mas não é por
ter muitas horas de sol”, disse Matos Fernandes aos jornalistas.

Em declarações à margem da sessão de apresentação do programa
Resiliência dos Territórios Face ao Risco, que decorreu esta quarta-feira na
Mata do Bussaco, concelho da Mealhada, o ministro do Ambiente reafirmou o
compromisso do Governo de atingir a produção de nove gigawatts de energia a
partir de fonte solar em 2030, de acordo com o que está inscrito no Programa
Nacional de Energia e Clima.

“Mas tem de haver produção a partir de parques solares. Se
imaginarmos que desses nove gigawatts, sete gigawatts são em parques solares –
e se fossem todos no Alentejo, que não são, existem no país todo – isso
significava ocupar 0,1% do solo do Alentejo”, argumentou Matos Fernandes.

Além do Alentejo, o ministro deu exemplos de parques solares em
Mogadouro, “nas Terras de Miranda, há um a começar agora a ser construído, em
Ovar e muito outros” fora da região alentejana.

“Ou seja, falar em atapetar [o país com painéis solares] é um
erro monumental, é querer enganar as pessoas”, frisou o titular da pasta do
Ambiente.

“É preciso ser rigoroso. E na discussão pública ainda é mais
importante ser rigoroso, porque estamos a falar para o comum dos cidadãos e das
cidadãs”, acrescentou.

No discurso que proferiu na sessão de apresentação do programa,
Matos Fernandes já se tinha referido aos críticos dos parques solares: “Aqueles
que falam em atapetar o país com painéis solares, não estão a atapetar, estão a
apatetar, estão a falar de uma coisa que não tem qualquer sentido”, declarou.

Além dos investimentos em parque solares, o ministro do Ambiente
afirmou que o aumento da produção de energia por fonte solar em Portugal também
se faz “com comunidades energéticas” e “investimentos promovidos pelas próprias
famílias”.

“Recebemos 18 mil candidaturas para a eficiência energética dos
edifícios, uma parte delas com famílias que querem colocar painéis solares nos
seus edifícios. Já pagamos um milhão de euros às famílias portuguesas com esse
mesmo incentivo, que foi lançado há pouco menos de dois meses”, afiançou.

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