A taxa de subemprego entre trabalhadores a tempo parcial em Portugal é a quarta mais elevada no conjunto da União Europeia, nos 37,4%, apontam indicadores do Eurostat publicados esta terça-feira. À frente, na dimensão desta folga que pode ainda ser absorvida com dinamismo no mercado de trabalho, só Grécia (70%), Chipre (52%) e Espanha (45%).
Nos dados do órgão de estatísticas europeu, relativos a 2018, Portugal tinha no ano passado 462,4 mil trabalhadores sem horário completo, dos quais 173 mil estavam nessa situação de forma involuntária. Ou seja, gostariam de trabalhar mais horas, mas ainda não tiveram essa oportunidade.
O peso dos part-times involuntários no mercado de trabalho disparou em 2011, no início da crise das dívidas europeias e do programa de ajustamento que acompanhou o resgate ao país. Passou então de 19,1% para 37%, com os trabalhadores em horário parcial não desejado a mais que duplicarem nesse período (aumentaram de 96,8 mil para 214,3 mil).
Desde 2011, os números têm permanecido elevados (ver gráfico abaixo) e muito acima da média europeia, que se manteve praticamente inalterada ao longo dos últimos anos.
No conjunto dos Estados do bloco, incluindo ainda o Reino Unido, o Eurostat conta 8,3 milhões de trabalhadores em part-time involuntário, 18,1% daqueles que cumprem apenas jornada parcial.
Apesar do número de part-timers involuntários portugueses se manter elevado, este tem vindo a cair, em proporção, desde 2015.
Juntamente com trabalhadores de horário pleno que ainda gostariam de fazer mais horas e com trabalhadores inativos (não disponíveis ou desencorajados da procura de emprego), os part-timers compõem o grupo de pessoas em condições de continuar a alimentar o mercado de trabalho num cenário de falta de mão-de-obra e de baixa taxa de desemprego.
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