//Portugal tem uma das maiores taxas de emigração jovem para a Europa

Portugal tem uma das maiores taxas de emigração jovem para a Europa

Um nível de vida melhor e as comunidades emigrantes são os principais fatores que retêm os jovens emigrantes portugueses nos países europeus, além da liberdade de circulação, segundo o estudo publicado pelo Banco de Portugal. A Europa continua a ser o destino da maioria dos jovens portugueses que optam por procurar uma nova oportunidade além fronteiras.

Cerca de 90% dos jovens emigrantes entre os 25 e os 34 anos escolhem um país Europeu como destino. “Em 2021, destaca-se a França, com 48 mil emigrantes, seguida do Reino Unido e Suíça, acima dos 30 mil, e Espanha, Alemanha e Luxemburgo em torno dos 10 mil emigrantes. Esta ordenação manteve-se relativamente estável na última década, sobressaindo o aumento dos emigrantes jovens para o Reino Unido, bem como a redução para a Suíça e Espanha”, revela o estudo.

De acordo com este trabalho, em 2021, 18,2% da população nascida em Portugal com 25 a 34 anos estava emigrada. Em 20 anos, a percentagem desceu apenas ligeiramente, uma vez que compara com 19,2% em 2001. Mas, pelo meio, em 2011, observou-se um recuo na saída dos jovens, para 13,5%.

Os autores sublinham ainda que o número de jovens tem vindo a diminuir, com a queda da natalidade, o que tem impacto nas saídas. Em 2021, existiam 338 mil emigrantes jovens (15 a 34 anos), número que compara com 290 mil em 2011 e 426 mil em 2001.

“Em termos de comparação no quadro europeu, Portugal surge como um dos países com maior taxa de emigração jovem para a Europa, avaliada em termos de stocks”, acrescenta este estudo. Ou seja, numa avaliação às entradas e saídas em determinado período, o que admite o regresso de quem sai.

Em 2020, o número total de emigrantes nascidos em Portugal ascendia a 2,1 milhões, correspondendo a 20,4% da população residente (Observatório da Emigração, 2025). “Esta taxa de emigração é das maiores na Europa”, conclui este trabalho.

Hoje “a emigração jovem é relativamente equilibrada em termos de homens e mulheres”, mas há 20 anos eram mais os jovens do sexo masculino que optavam por emigrar.

Outra evolução registada nas últimas décadas é o aumento de emigrantes jovens com ensino superior, que “é bastante maior que no passado, mas inferior à fração dos jovens nascidos e residentes em Portugal com ensino superior”.

Destaque ainda para a diminuição das qualificações em destinos com grandes comunidades de emigrantes. “As qualificações dos emigrantes variam significativamente por país de destino. Os emigrantes em países com maiores comunidades emigrantes estabelecidas tendem, em média, a ter menores qualificações, como são os casos da França e da Suíça. Pelo contrário, no Reino Unido, Espanha e EUA, mais de um terço dos emigrantes jovens nascidos em Portugal têm ensino superior”, explicam.

Os autores, Nuno Alves e Vanda Cunha, sublinham que Portugal também recebe trabalhadores estrangeiros, que por sua vez “têm sustentado o crescimento do emprego nos anos mais recentes, apresentando uma idade mediana de 33 anos”.

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