//Portugueses foram “enganados” pela indústria automóvel, mas “é uma luta contra gigantes”

Portugueses foram “enganados” pela indústria automóvel, mas “é uma luta contra gigantes”

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Os consumidores foram enganados pelos fabricantes de automóveis sobre os verdadeiros valores do consumo de combustível, mas não vale a pena apresentar queixa individualmente, afirma a Deco.

Em declarações à Renascença, Rita Rodrigues, da revista Deco Proteste, diz que esta situação é real e que tem de ser denunciada.

“Não podemos fechar os olhos porque, durante todo este tempo, houve manipulação de dados, houve a utilização de regras que não foram claras relativamente à forma de fazer esta homologação, houve a utilização das lacunas desta metodologia por parte das marcas para poder tornar o produto mais atrativo.”

Desde o ano 2000, os condutores europeus gastaram 150 mil milhões de euros a mais em combustível do que o previsto, conclui um estudo feito pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E).

Só no ano passado, foram mais de 23 mil milhões. Isto, porque há uma diferença significativa entre o desempenho dos veículos em testes realizados pelas marcas e a condução real. O mesmo estudo acrescenta que os condutores portugueses gastaram mais 1,6 mil milhões de euros nestes 17 anos.

Por outro lado, a manipulação de testes foi responsável por uma emissão adicional de 264 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Apesar das evidências, Rita Rodrigues, da revista Deco Proteste, diz que não vale a pena apresentar queixa, pelo menos, individualmente.

“É uma luta contra gigantes e é uma luta que, neste momento, não é apenas relativamente às marcas, é uma luta que tem que ser feita também contra quem definiu um método de cálculo de homologação de emissões que permitia este tipo de utilização menos correta”, afirma Rita Rodrigues.

O passado é passado, diz a associação de defesa do consumidor, segundo a qual mais importante agora é concentrarmo-nos no futuro para garantir que situações destas nunca mais aconteçam.

“Está neste momento em cima da mesa a definição do limite de emissões dos veículos, para 2020-2030. Estamos já a pensar numa lógica de futuro e, nesse sentido, é importante ter noção daquilo que é a grandeza dos números apresentados e de que o Governo está perante o desafio de votar de forma positiva, no que diz respeito aos interesses dos consumidores, o pacote que está em discussão para as limitações das emissões”, sublinha Rita Rodrigues.

A Deco já apresentou estas propostas aos deputados portugueses no Parlamento Europeu e está a preparar a documentação para levar ao Governo.

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