O valor médio gasto na compra de um imóvel em Portugal é de 149 mil euros. Esta é uma das conclusões do Barómetro do Crédito Habitação 2020 do ComparaJá.pt, uma plataforma de comparação de crédito. Segundo o estudo, a maioria das famílias pede emprestado ao banco 90% do valor a pagar pela aquisição e leva em média 33 anos a pagar o empréstimo. Mas mais de quatro em cada 10 créditos têm maturidades entre 36 e 40 anos. Mensalmente, o valor médio que os portugueses pagam nos mais recentes contratos de crédito habitação fixa-se nos 463 euros, segundo os dados avançados pelo ComparaJá.pt.
O crédito ‘chave na mão’ é o mais procurado: 7 em cada 10 portugueses pedem crédito habitação com o fim de adquirir casas já construídas. “São 72% os que optam por esta modalidade, conforme os dados dos últimos 10.000 consumidores que recorreram ao ComparaJá.pt”, diz o estudo. “Por outro lado, 2 em cada 10 famílias (18% mais concretamente) preferem pedir o crédito com o intuito de construírem uma habitação de raiz”, adianta.
Uma grande fatia dos pedidos de crédito habitação – 40,2% – são de consumidores cujo rendimento vai até aos 1.000 euros por mês. A taxa de esforço média ronda os 22%, abaixo do tecto de 50% recomendado pelo Banco de Portugal.”Aliás, só 7 em cada 100 agregados apresentam uma taxa de esforço superior a 41%, sendo que a vasta maioria tem uma taxa de esforço até 30%”, diz o estudo.
Na altura de escolher casa nova, o T3 foi a tipologia preferida por quase metade dos últimos 10.000 consumidores que recorreram ao serviço de crédito habitação do ComparaJá.pt. “É seguido pelo T2, mas a uma distância já considerável: apenas 28% pediu financiamento para comprar uma casa com esta tipologia”, aponta o Barómetro. As casas escolhidas têm, em média, 116 metros quadrados.
Outra das conclusões é que os portugueses esperam até aos 38 anos para pedir crédito habitação. Mas só acabam de pagar a casa depois da reforma. “Aliás, a maior percentagem está entre aqueles que acabam de pagar ao banco quando têm entre 71 e 80 anos”, conclui o estudo.
Os bancos mais competitivos
Segundo o ComparaJá.pt, o crédito mais competitivo para aquisição de habitação é o do Santander, que também é o que tem a melhor oferta para transferência de crédito á habitação. Mas o crédito com taxa fixa mais barato é o do Novo Banco. O melhor banco para contratar crédito para construção é o EuroBic, que é também a instituição que cobra as comissões iniciais mais baratas. Se a rapidez for importante, a opção deve recair no Millennium bcp, que é o mais rápido a conceder um crédito para compra de casa.
Segundo o ComparaJá.pt, há quatro bancos com spread mínimo de 1%: Santander, Millennium bcp, ActivoBank e Bankinter. A UCI é o banco com o spread mínimo mais elevado, de 1,4%. O spread máximo mais elevado, de acordo com os preçários das instituições bancárias analisados pelo ComparaJá.pt, encontra-se na Caixa Geral de Depósitos (5,35%), um valor que contrasta com o Spread máximo mais baixo do mercado, que é praticado pelo Santander (1,9%).
Face a outubro de 2017, o BPI, o EuroBic e a CGD foram os bancos que mais baixaram os spreads, com reduções de 0,55 pontos percentuais nos spreads mínimos. Bankinter, Novo Banco e Banco Best são as instituições que não mexem nos seus spreads mínimos há mais tempo – desde outubro de 2018.
De acordo com as condições apresentadas, verifica-se que apenas a UCI não faz depender das vendas associadas facultativas a atribuição da taxa de juro mais atrativa. A domiciliação do ordenado e a contratação do seguro de vida e multirriscos associados ao crédito oferecidos diretamente pelo banco são as condições mais comuns. “Domiciliar o vencimento, deter cartão de crédito e/ou débito, subscrever os seguros de vida e multirriscos, assim como aderir a serviços de débito direto, homebanking, e constituir PPRs ou outras soluções de poupança são alguns dos produtos que, quando subscritos, podem fazer toda a diferença na mensalidade a pagar no final do mês”, disse José Figueiredo, CEO do ComparaJá.pt.
Segundo o Decreto-Lei n.º 51/2007 de 7 de março, um banco não pode fazer depender a concessão de crédito da contratação de outros produtos ou serviços – as chamadas vendas associadas obrigatórias -, mas pode propor a redução dos custos do empréstimo mediante a contratação facultativa de outros produtos financeiros – processo designado por vendas associadas facultativas.
Mas, mais importante do que olhar para o spread é olhar para a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global), alerta o ComparaJá.pt. “A TAEG, bem como o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), são excelentes indicadores para comparar propostas de diferentes instituições financeiras. Mas atenção: é importante que os critérios de comparação – montante solicitado, prazos de pagamento, etc. – sejam exatamente os mesmos”, explicou o CEO do ComparaJá.pt.
A TAEG engloba todos os encargos do empréstimo: despesas de cobrança de reembolsos e pagamentos de juros, impostos, comissões e seguros obrigatórios e demais encargos. O corresponde ao montante total que o cliente terá de pagar à instituição durante todo o período do empréstimo, resultando da soma do montante total do empréstimo com os custos do crédito. Nos empréstimos contratados a taxa de juro variável ou mista, o MTIC é apenas indicativo dado ser suscetível a variações no indexante (Euribor).
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