//Portugueses resistem à compra de vinho na internet

Portugueses resistem à compra de vinho na internet

Os portugueses continuam a resistir à compra de vinho na internet. A conclusão é do estudo “Consumo de vinho durante a covid-19”, realizado pelo Centro de Biotecnologia e Química da Escola Superior de Biotecnologia, e que mostra que houve um “aumento residual” de 2,3% de consumidores a comprar vinho diretamente nos sites das adegas e de 6% nas plataformas generalistas.

Uma “resistência ao e-commerce” que surpreendeu os investigadores: “Esperava-se um aumento mais significativo das compras online numa situação de confinamento e de pandemia”, admite Paulo Ramos, que mostra curiosidade sobre como terá este comportamento evoluído entretanto. O inquérito, que contou com 425 respostas em Portugal, foi realizado em julho de 2020 e vai ser repetido no verão, de modo a analisar a evolução do mercado.

O estudo, designado de “Consumo de vinho durante a covid-19”, foi esta tarde apresentado e conclui que os portugueses não aumentaram o consumo de vinho durante o confinamento. Pelo menos no que ao consumidor comum diz respeito. E há mesmo categorias, como os espumantes, o vinho do Porto ou os vinho rosados, que registaram um decréscimo durante a pandemia, com as vendas dos super e hipermercados a não conseguirem superar o decréscimo da restauração.

“Dizer-se que houve um aumento do consumo de vinho durante a pandemia é um cliché, globalmente não é verdade. Acredito que os enófilos e apreciadores de vinho tenham consumido mais, até por uma forma de alienação e de entretenimento, mas não podemos afirmar isso, dessa forma, no que à população geral diz respeito”, garante o investigador Paulo Ramos.

O trabalho, realizado em conjunto com a Academy of Wine Business Research, em cerca de uma vintena de países europeus, pretendia traçar o panorama da evolução do consumo de vinho durante a pandemia e, em especial, durante os vários confinamentos. Em Portugal, o questionário, realizado online, contou com 425 respostas, uma amostra que se pretendia que fosse proporcional às características da população portuguesa. E as conclusões são curiosas: só 14% dos inquiridos afirma ter aumentado as compras de vinhos em supers e hipermercados, enquanto mais de 50% referiu ter mantido o consumo de vinhos brancos, tintos ou de cerveja. “Um terço da amostra não comprou vinhos, ou reduziu as suas compras”, destaca o estudo.

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