Partilhareste artigo
A subida continuada dos preços da energia e dos alimentos, das taxas de juro do crédito à habitação e das rendas fez cair a pique a taxa de poupança das famílias portuguesas em 3,9 pontos no terceiro trimestre de 2022, na comparação em cadeia. É a segunda maior quebra da União Europeia (UE) e da Zona Euro, segundo o relatório do Eurostat publicado esta sexta-feira.
Relacionados
Só Espanha superou Portugal, com a taxa de poupança a diminuir 9,2 pontos percentuais, o maior recuo registado na UE e no espaço da moeda única, entre julho e setembro de 2022 face ao trimestre anterior.
Hungria, com uma queda de 2,6 pontos, completa o pódio dos países com as maiores descidas da taxa de poupança das famílias europeias, de acordo com o levantamento do gabinete de estatísticas da UE com base nos dados detalhados das contas nacionais dos Estados-membros.
Em termos globais, as famílias europeias economizaram menos no terceiro trimestre do ano passado face ao mesmo período anterior: na Zona Euro a taxa de poupança caiu 0,2 pontos e na UE recuou 0,6 pontos percentuais (pp).
Em sentido inverso, e entre os Estados-membros para os quais são publicados dados, a taxa de poupança das famílias aumentou em quatro países. Áustria registou o maior crescimento, de 9,1 pontos; na Polónia, as poupanças das famílias subiram 2,5 pp; e, na República Checa, o aumento foi de 2,1 pp. Logo a seguir, surge França que também melhorou a poupança dos agregados familiares, mas o Eurostat não divulgou o número relativo à evolução da taxa.
Subscrever newsletter
O gabinete de estatísticas da UE explica que o aforro aumentou nestes quatro países porque o rendimento disponível bruto das famílias cresceu a um ritmo superior ao do consumo.
Taxa de investimento das famílias melhorou em Portugal
Em relação à taxa de investimento das famílias, Portugal estava entre os cinco países que registaram uma evolução positiva, entre julho e setembro do ano passado comparativamente com o trimestre precedente.
O Eurostat só revela, contudo, os números dos três países que registaram o maior crescimento da taxa de investimento: na Hungria, subiu 0,9; na Irlanda, o aumento foi de 0,6 pp; e, na Finlândia, o investimento das famílias evoluiu de forma positiva em 0,4 pp.
Já em termos globais, o investimento dos agregados familiares caiu 0,2 pp na área do Euro e na UE. Os maiores decréscimos foram observados em Áustria (-1,2 pp), Holanda (-0,6 pp) e Polónia (-0,5 pp). Espanha manteve-se estável.
Consumo e rendimento subiram
Quanto ao consumo real per capita das famílias, na Zona Euro o indicador avançou 0,5%, entre julho e setembro de 2022, depois de ter subido 0,5% no trimestre anterior. Na UE, o crescimento foi de 0,7% após um aumento de 0,4%.
Sem ter em conta os efeitos da sazonalidade, nomeadamente a inflação, o rendimento disponível bruto das famílias, em termos nominais, aumentou 2,4% na Zona Euro e 1,9% na UE. Este crescimento é explicado principalmente pela evolução positiva dos salários, das transferências sociais, de rendimentos de ativos e outros. Por outro lado, os impostos correntes e as contribuições sociais líquidas tiveram um impacto negativo.
Deixe um comentário