//Poupanças previstas pelo governo no SNS são desconhecidas

Poupanças previstas pelo governo no SNS são desconhecidas

As poupanças previstas pelo governo para o Serviço Nacional de Saúde nos sucessivos Orçamentos do Estado desde 2017 não são conhecidas, tendo em conta a informação disponível, lamenta o Conselho das Finanças Públicas (CFP) num relatório conhecido ontem sobre a evolução do desempenho do SNS.

Em causa, entre 2017 e 2020, estão 495 milhões de euros da chamada revisão da despesa com o objetivo de conseguir “ganhos de eficiência” para melhor aplicar os dinheiros públicos, e que não devem ser confundidos com cortes de despesa, sublinha o CFP. Mas esse resultado não é conhecido. “A informação disponível não permite conhecer os procedimentos de revisão de despesa aplicados nas áreas identificadas, nem quantificar os ganhos de eficiência efetivamente alcançados”, lamenta a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral.

Na lista de “ganhos de eficiência associados ao exercício de revisão de despesa na saúde” estão medidas como a revisão de preços e comparticipações, o combate à fraude, a centralização de compras ou medidas na área do medicamento. Tudo somado daria 495,1 milhões de euros em quatro anos.

Covid expôs fragilidades

Se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) já tinha fraquezas antes da crise da covid-19, elas foram agravadas com a pandemia, conclui o Conselho das Finanças Públicas

“A atual crise expôs de forma ainda mais premente as fragilidades financeiras e os constrangimentos na capacidade de resposta do SNS às solicitações com que se defronta”, lê-se no documento, acrescentando que a pandemia “veio colocar a questão de saber se a pressão assistencial e financeira que sobre ele se faz sentir, não apenas no curto, mas também nos médio e longo prazos, será acompanhada da resposta adequada e de medidas que visem acautelar a sua solidez financeira futura”, sublinha.