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O presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, faz esta sexta-feira uma intervenção muito aguardada, no simpósio que a Reserva Federal de Kansas realiza anualmente em Jackson Hole (Wyoming).
Os investidores procuram pistas no discurso sobre o calendário de retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos.
O encontro de Jackson Hole, um dos principais fóruns de debate de política monetária, que habitualmente reúne dirigentes de bancos centrais, economistas, responsáveis políticos e académicos, deveria decorrer presencialmente, mas afinal realiza-se por videoconferência, devido ao risco elevado de covid-19 no condado de Teton, Wyoming.
Recentemente, a publicação das atas da última reunião da Reserva Federal (Fed, banco central norte-americano) revelou que a maioria dos seus membros se inclinava para uma redução das compras de ativos em finais deste ano, o que aumentou a tensão nos mercados.
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Mas, essa reunião, que decorreu em julho, ainda não contava com dados relevantes que foram conhecidos posteriormente, como o impacto negativo que a expansão da variante Delta está a ter na recuperação económica.
Durante a última semana, alguns indicadores macroeconómicos, como as vendas a retalho na China e nos Estados Unidos e a produção industrial chinesa, apontam para uma desaceleração do ritmo de crescimento.
Powell tem insistido na necessidade de manter o apoio à economia, numa altura em que a recuperação económica ainda continua, apesar dos progressos alcançados.
A próxima reunião de política monetária da Fed está prevista para 21 e 22 de setembro e não deverá haver qualquer indicação explícita sobre a diminuição nas compras de ativos antes dessa data, mas os debates de Jackson Hole podem dar alguns sinais sobre a orientação futura.
O programa da Fed para compra de ativos tem um volume mensal de 120 mil milhões de dólares e tem sido avançado que esse montante pode começar a ser reduzido em finais deste ano ou no início do próximo.
A subida das taxas de juro só deve ter lugar mais tarde, em finais de 2022 ou no início de 2023.
Apesar da acentuada subida da inflação nos Estados Unidos, a Fed tem reafirmado que se trata de uma situação transitória e que não prevê alterações nas taxas de juro, que permanecem entre 0% e 0,25% desde março de 2020, quando foram reduzidas logo no início da pandemia de covid-19.
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