Muitos dizem que não são contra estes apoios, mas que deviam ser mais fiscalizados para “não promover quem não quer trabalhar”.
João Cota, presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), critica: “Muitas vezes, as pessoas são desafiadas para trabalhar para receber o salário mínimo e na cabeça delas compensa ficar em casa. Depende do brio das pessoas”, conclui.
Mais a Norte, em Vila Real, Emanuel Camilo, presidente da associação empresarial do distrito, afirma que o problema não é a falta de pessoas. Afirma que elas existem, mas “não querem trabalhar”.
“É essa a ideia que nos dá. As pessoas fazem seleções nos seus processos de recrutamento e preferem ficar em casa, porque estão a receber o subsídio de desemprego. Temos alguns casos em que nem sequer se chega a discutir a questão salarial, quando percebem que é um trabalho intenso. Não estamos sequer a falar de trabalho duro”, referencia.
Camilo acredita que, muitas vezes, o problema não é salarial, “é o comodismo das pessoas que as leva a ficar em casa”. “Ficam em casa, ou porque têm o subsídio de desemprego ou o rendimento de inserção social”, identifica.
E ilustra esta realidade: “Há um empresário a quem há bem pouco tempo disseram que por mais 50 euros preferiam ficar em casa, porque assim evitavam deslocar-se, apanhar chuva, etc”.
No mesmo distrito de Vila Real, o dono do restaurante “Curva 24”, alusivo ao autódromo local, debate-se depois dos confinamentos com a dificuldade de preencher as duas vagas que tem abertas na equipa que queria que fosse de seis pessoas.
Deixe um comentário