Partilhareste artigo
O preço dos transportes, nomeadamente dos contentores, está a preocupar as empresas exportadoras nacionais, disse à Lusa Pedro Magalhães, diretor de comércio internacional da Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP).
“O principal ‘feedback’ [sobre problemas] que temos tido é em relação à crise internacional de transportes, à falta de contentores que existe a nível internacional”, salientou, detalhando que “uma empresa que pagava por um contentor para um determinado mercado 2.500 euros neste momento pode estar a pagar 10.000 ou mais pelo menos contentor”.
Pedro Magalhães indicou, no entanto, que “há esperança de que esta situação se resolva o mais rapidamente possível”, realçando que “essa é das principais preocupações” que tem ouvido dos associados.
O responsável falou com a Lusa a propósito do plano de ações da CCIP para o próximo ano, que “contempla uma abordagem com mais de 46 missões empresariais entre o formato presencial e virtual”, sendo que a CCIP irá “continuar a incidir fora dos mercados de exportação tradicional portuguesa”, ou seja, europeus.
Subscrever newsletter
“No nosso plano de ações temos tendência a ir para destinos como a Costa do Marfim, Coreia do Sul, México, Marrocos, Rússia, que são mercados que têm vindo a crescer no nível de exportações das empresas portuguesas e que apresentam um potencial em que acreditamos que faz sentido apostar”, indicou Pedro Magalhães.
O diretor da CCIP revelou ainda que este ano a entidade “já realizou 30 missões empresariais, entre o formato presencial e virtual a mercados como o Cazaquistão, a Geórgia, o Egito”.
“Procuramos dar às empresas um conjunto de ferramentas que lhes permitam estar frente a frente com potenciais importadores, distribuidores ou cliente final em mais de 90 países em que trabalhamos a nível internacional” destacou.
De acordo com o diretor da CCIP, além das missões virtuais e presenciais vai haver ‘webinars’ sobre mercados, sessões com consultores locais, entre outros, a entidade vai avançar com a criação de “quatro ‘clusters’ de empresas portuguesas nos setores do têxtil e calçado, alimentar e bebidas, metalomecânica e tecnologias de informação” para que seja possível “abordar de forma conjunta os mercados internacionais, auscultar a principais empresas, as dificuldades que têm a nível internacional”.
Questionado sobre o impacto da aplicação de possíveis medidas mais restritivas, devido à evolução da pandemia, Pedro Magalhães disse que os empresários estão “preocupados com o que possam ser novas restrições que provoquem um resfriar do retomar da atividade em Portugal ligada a exportações”.
“Esperamos é que não seja tão negativo como as restrições que nos impuseram em 2020 ou tenhamos outra vez um inverno como nessa altura”, apelou.
De acordo com Pedro Magalhães, de 2014 até agora foram realizadas “89 missões empresariais e mais de 35 missões virtuais com 650 empresas”. “Preparamos 155 agendas individuais para mais de 55 mercados diferentes e 92% das empresas que participam numa das nossas ações dizem que poderão concretizar negócios a curto prazo”, sublinhou.
Deixe um comentário