O Serviço Nacional de Saúde (SNS) encerrou o ano 2018 com um buraco de 848,2 milhões de euros, representando um agravamento do prejuízo de 502,5 milhões (145%), face ao ano anterior, segundo o relatório e contas divulgado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), indica o Jornal de Negócios.
O Governo divulgou o documento na quinta-feira à noite. A justificação para a divulgação tardia – já que tinha sido pedida pela oposição antes das eleições legislativas – foi o atraso na elaboração do relatório.
Os responsáveis da ACSS indicam que o agravamento se “explica em parte pelo crescimento dos gastos com pessoal (+5,7%), dos fornecimentos e serviços externos (6,1%) e das mercadorias vendidas e matérias consumidas (4,8%), contrapondo com a diminuição (0,5%) das transferências correntes registadas, uma vez que foram efetuadas em 2018 entradas de capital sem impacto nos rendimentos do ano”.
O documento revela que foram gastos 4064,1 milhões de euros com o pessoal, o que representa quase 40% do total da despesa do SNS. Relativamente aos fornecimentos e serviços externos, a despesa fixou-se nos 4036,4 milhões de euros (39,2%) e mercadorias vendidas e matérias consumidas custaram 1815,5 milhões (17,6%).
No sumário do relatório, a ACSS refere apenas os dados positivos, adianta o Expresso, deixando de lado os dados relativos a listas de espera ou encargos para os utentes do SNS.
Os responsáveis da ACSS admitem que o exercício de 2018 ficou marcado por “algumas limitações e factos” não recorrentes no processo de consolidação de contas, que tiveram influência no resultado final. “Em primeiro lugar, tratou-se de um ano de transição de referencial contabilístico, com as entidades a terem de adotar o SNC-AP, o que para além dos trabalhos extra de validação que tiveram de ser efetuados, obrigou a uma profunda alteração das políticas/normas de contabilização dentro das entidades do perímetro por forma a não ampliar ainda mais as diferenças de consolidação existentes”, indica o documento citado.
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