O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, afirmou esta quinta-feira que espera que “se encontre uma solução que reforce o EuroBic”, depois de ser conhecida a decisão de Isabel dos Santos de vender a sua posição no banco, que está no epicentro do caso Luanda Leaks.
“Espero que as coisas corram bem”, disse Faria de Oliveira aos jornalistas, à margem da ‘Banking Summit 2020’, que decorrer esta tarde na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
“Eu espero que se encontre uma solução que reforce o EuroBic, conhecida (que é) a decisão da empresária angolana de vender a sua posição”, afirmou o presidente da APB.
O Luanda Leaks – um conjunto de notícias do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação -noticiou alegados desvios de fundos por parte de Isabel dos Santos, nomeadamente da angolana Sonangol, a partir de uma conta da petrolífera no EuroBic em Portugal. Isabel dos Santos, maior acionista do EuroBic, nega as alegações. Mas anunciou que vai vender a sua posição de 42,5% no banco, que é liderado por Fernando Teixeira dos Santos, e os seus direitos de voto estão suspensos.
Questionado sobre se o caso afeta a credibilidade da banca portuguesa, Faria de Oliveira apontou que é melhor “aguardar” para saber se houve de facto uma “ação eventualmente ilegal”.
“O Banco de Portugal afirma que cumpriu as suas missões, que realizou as ações de inspeção e as recomendações necessárias. É a única coisa, neste momento, que podemos tomar como certas”, disse Faria de Oliveira.
“Temos que aguardar o evoluir dos acontecimentos e não fazer juízos prévios, antes de saber exatamente se foram cometidas ou não foram cometidas quaisquer tipo de situações irregulares. É preciso dar tempo para ter a certeza que houve situações evidentes de irregularidade”, sublinhou.
Frisou que, “em relação à legalidade das transferências (da conta do EuroBic) temos de esperar que haja conclusões sobre isso”.
“Os últimos relatórios que conheço das autoridades responsáveis pelo acompanhamento das situações de AML (anti money laundering ou prevenção de branqueamento de capitais, em português), apontavam Portugal como sendo dos países onde esse acompanhamento era feito com mais rigor”, sublinhou. “Seria, para mim, uma surpresa que relatórios de há um ano tivessem tido uma alteração, ou venham a ter uma alteração, tão significativa. Vamos dar tempo ao tempo”, concluiu.
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