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O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, considerou esta quinta-feira um “passo importantíssimo” o REPowerEU, o plano da Comissão Europeia para aumentar a resiliência do sistema energético europeu, elogiando Bruxelas pela rápida decisão.
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“Antes de mais felicito a Comissão Europeia por ter saído com o REPowerEU de forma tão rápida. Tem uma série de coisas boas, antes de mais é ainda mais ambicioso em termos de objetivos, nomeadamente de penetração de renováveis, de eficiência energética, de diversificação de fontes de energia”, afirmou Miguel Stilwell d’Andrade aos jornalistas, à margem da apresentação da nova imagem do grupo, em Lisboa.
Além disso, prosseguiu, o plano de Bruxelas “tem uma série de objetivos bons macro, mas também tem coisas muito práticas, como identificar que é preciso facilitar o licenciamento, as interligações energéticas. Isto é, vai a pontos micro que não têm permitido acelerar tanto as renováveis como seria desejável”.
Ainda assim, o presidente executivo da EDP lembrou que ainda “vai demorar algum tempo a ter impacto no terreno”.
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Em 18 de maio, a Comissão Europeia apresentou um pacote energético de 210 mil milhões de euros até 2027 para a União Europeia (UE) ser independente da energia russa, propondo redirecionar 300 mil milhões em verbas comunitárias para o financiar.
Em causa está REPowerEU, o plano para aumentar a resiliência do sistema energético europeu e tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, no seguimento da guerra da Ucrânia e dos problemas no abastecimento, que como a Lusa já tinha noticiado implica um investimento adicional de 210 mil milhões de euros até 2027.
Numa curta declaração então à imprensa, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que “tudo isto exigirá, evidentemente, investimentos e reformas maciças”.
“Vamos mobilizar perto de 300 mil milhões de euros, aproximadamente 72 mil milhões de euros em subvenções e 225 mil milhões de euros em empréstimos”, acrescentou a líder do executivo comunitário.
O plano prevê elevar para 45% a meta relativa ao consumo energético da UE a partir de fontes renováveis até 2030, para assim “acelerar a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis russos” e reduzir preços.
A estimativa da instituição é que “isto elevaria a capacidade total de produção de energia renovável para 1.236 GW [Gigawatt] até 2030, em comparação com 1.067 GW até 2030 previstos no âmbito do Objetivo 55”, que prevê uma transição ecológica com redução de 55% das emissões poluentes até 2030.
As fontes de energia renovável são alternativas aos combustíveis fósseis que permitem reduzir as emissões poluentes, diversificar o aprovisionamento energético e diminuir a dependência em relação a mercados voláteis, pelo que nos últimos 15 anos a UE tem vindo a traçar metas mais ambiciosas.
A comunicação da Comissão Europeia surge numa altura de conflito na Ucrânia provocado pela invasão russa, tensões geopolíticas essas que têm vindo a afetar o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
A Rússia é também responsável por cerca de 25% das importações de petróleo e 45% das importações de carvão da UE.
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