//Pressão de bancos sobre contabilistas? Todos têm “ouvido falar” no setor, mas não têm provas

Pressão de bancos sobre contabilistas? Todos têm “ouvido falar” no setor, mas não têm provas

Relatos sobre práticas de pressão da banca sobre contabilistas, como as denunciadas esta sexta-feira pela bastonária da Ordem dos Contabilistas, são conhecidos no setor. A confirmação feita à Renascença pelo presidente da Confederação do Comércio e Serviços.

Esta sexta-feira, Paula Franco denunciou, em declarações à Renascença, pressões dos bancos sobre contabilistas para falsearem declarações quando as empresas não apresentam quebra de faturação suficiente para aceder às linhas Covid.

João Vieira Lopes diz que, a confirmar-se esse tipo de prática, a situação é grave. Refere que o tema não é novo, mas não tem provas que sustentem uma acusação definitiva.

“Nós sempre criticamos bastante a banca por não facilitar a vida às empresas. Casos concretos desse tipo todos nós temos ouvido falar, mas é evidente que não temos provas nenhumas”, garante.

“Se existiram, são bastante graves e achamos que o Estado deu garantias suficientes, de 80 e 90% em relação a um conjunto de situações, linhas de crédito, lay-offs, etc. E portanto achamos negativo que possam aparecer situações dessas, se bem que não temos prova nenhuma formal de que elas tenham existido, independentemente de se falar um bocado desses temas no mercado”.

A Bastonária da Ordem dos Contabilistas garantiu à Renascença que, até ao final do mês, serão enviadas para o Ministério Publico todas as provas das alegadas pressões exercidas pela banca sobre os contabilistas.

Na leitura de João Vieira Lopes, este tipo de processos merece o controlo por parte das entidades estatais. Mas não seria de excluir um reforço dessa tarefa.

“É sempre necessário apertar. Como os volumes são grandes, pode haver, por uma questão estatística, maior tendência para tentar encontrar saídas, até devido ao aperto em que as empresas estão, para tentar facilitar as situações. Mas isso faz parte da atividade normal dos serviços públicos, têm obrigação de o fazer”, considera o presidente da Confederação do Comércio e Serviços.

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