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As taxas Euribor a três e seis meses, usadas respetivamente em 30% e 40% dos contratos de crédito à habitação em Portugal, deverão atingir o pico nos meses de verão, segundo projeções avançadas esta terça-feira pelo governador do Banco de Portugal (BdP). O indexante a 12 meses, por seu turno, já terá conhecido o valor máximo no passado mês de fevereiro.
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Mário Centeno falava numa audição requerida pelo Partido Social Democrata (PSD) à Comissão Orçamento e Finanças, sobre a atuação do setor bancário nos processos de renegociação de crédito à habitação e o desajustamento dos juros nos depósitos a prazo.
Segundo o líder da entidade supervisora, todos os contratos indexados à Euribor a três e seis meses já sofreram atualizações, enquanto a 12 meses ainda apenas metade dos créditos viram a taxa modificar. “Este processo ainda não terminou”, deu conta o mesmo responsável.
De recordar que a escalada destas taxas, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, teve início no ano passado, depois do espoletar da guerra na Ucrânia, em fevereiro. O Banco Central Europeu (BCE) justifica a inversão da política monetária com a tentativa de travar a inflação, que disparou para níveis históricos em vários países. A subida da Euribor provocou um aumento das prestações pagas pelas famílias que contrataram crédito à habitação com taxa variável (em Portugal, 70%).
No que toca à taxa de esforço das famílias com crédito para habitação própria e permanente, Mário Centeno afirmou que, “para metade das famílias, 15,5% do rendimento líquido foi suficiente para fazer face às prestações” em 2022 e que somente 12% dos agregados têm uma taxa de esforço superior a 36%. Já quando consideradas famílias com dois mutuários, “estes números reduzem”, fez saber.
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Previsões do regulador apontam que, no final de 2023, “metade das famílias terá uma taxa de esforço 2,4 pontos percentuais superior à de 2021” e 32% terão uma variação de cinco pontos percentuais. O governador do Banco de Portugal revelou ainda que, entre 2021 e 2022, os contratos com redução da taxa de esforço representaram um quarto do total, porque, segundo o mesmo, “apesar do aumento das taxas, o rendimento das famílias aumentou de forma significativa”.
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