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Olaf Scholz, que venceu há um ano as eleições gerais na Alemanha, tem um “longo caminho a percorrer” para melhorar a comunicação com os eleitores e reforçar a sua liderança, defende o politólogo alemão Oscar Prust.
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“Provavelmente ninguém gostaria de estar no seu lugar neste momento”, apontou Prust em declarações à Lusa, sublinhando que Scholz “tem de resolver questões irreconciliáveis (…) que têm origem, em grande parte, na política do seu partido nos últimos 20 anos, por exemplo, a dependência do gás russo como resultado da política climática alemã”.
“Scholz vai provavelmente tentar usar melhor o tempo que tem para consertar as coisas”, concluiu o investigador e politólogo da Universidade Martin-Luther de Halle.
Uma sondagem divulgada pelo “Bild am Sonntag” e realizada pelo instituto INSA, em agosto, mostrou um recorde de insatisfação dos alemães com a atuação do chanceler e do governo. Os resultados indicaram que 62% dos inquiridos estavam descontentes com o trabalho de Olaf Scholz, com apenas 25% a fazerem uma avaliação positiva.
“É crucial que ele melhore a estratégia de comunicação e seja aconselhado e deixe de lado a sua arrogância”, apontou Martin Kessler, editor-chefe de política do jornal Rheinische Post.
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“Precisa também de mais experiência a governar um país tão grande. Mas acho que ele aprende rápido, é uma das suas vantagens. E sabe bem que, nesta altura, o governo não pode desentender-se. Fará tudo para que isso não aconteça”, revelou, em declarações à agência Lusa.
Depois de eleito, em setembro, Olaf Scholz deu início às negociações para a formação de uma coligação, com os Verdes e os Liberais, sendo nomeado chanceler cerca de dois meses e meio depois.
“Suponho que os alemães esperam ver mais da sua capacidade e competência de liderança”, revelou Lothar Probst, politólogo e professor emérito na Universidade de Bremen, lembrando que Scholz assumiu o papel de líder da coligação apenas duas vezes desde que ocupa o cargo: no discurso depois da invasão da Rússia à Ucrânia e no debate em que atacou o líder dos conservadores, Friedrich Merz.
“Ele deve também trabalhar na mediação da coligação dos três partidos e convencer o seu próprio partido de que não há alternativa a não ser apoiar a Ucrânia com mais armas, incluindo provavelmente mais tanques”, adiantou Probst.
Edgar Grande, diretor fundador do Centro de Investigação da Sociedade Civil, no Centro de Ciências Sociais de Berlim, admite que “incerteza” é a palavra que “define o governo atualmente”.
“Incerteza sobre o que se pode esperar para os próximos meses e sobre o que o governo pode fazer”, acrescentou.
O SPD, Partido Social-Democrata alemão, com Olaf Scholz como candidato, venceu as eleições a 26 de setembro do ano passado com 25,7% dos votos. A União Democrata-Cristã (CDU) ficou atrás, por uma pequena margem, conquistando 24,1%, o pior resultado da sua história.
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