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Os principais bancos estatais da China reduziram nesta quinta-feira as taxas dos depósitos a prazo, visando estimular o crescimento da segunda maior economia mundial, face à recuperação débil registada após o fim da estratégia ‘zero covid’.
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Vários indicadores económicos, incluindo o comércio externo, consumo ou atividade da indústria transformadora sugerem um desaceleramento na recuperação da economia da China, após Pequim ter abolido, em dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios e estagnação.
Para desencorajar a poupança, de modo a promover a atividade e apoiar a economia, os principais bancos do país reduziram as taxas para a remuneração dos depósitos.
O Banco Industrial e Comercial da China, o Banco de Construção da China, o Banco da China e o Banco Agrícola da China reduziram em cerca de 15 pontos base a taxa de remuneração para depósitos a prazo.
A medida, que responde a um pedido do Governo chinês, entrou hoje em vigor.
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“É provável que os bancos menores sigam o exemplo”, afirmou Ting Lu, analista do banco de investimento japonês Nomura Bank.
Os principais bancos chineses já tinham reduzido em setembro, pela primeira vez desde 2015, a taxa de juros dos depósitos.
Segundo dados divulgados na quarta-feira pelas alfândegas da China, as exportações do país registaram em maio uma queda homóloga de 7,5%, enquanto as importações caíram 4,5%.
A recuperação do consumo em maio ficou também aquém do esperado, sinalizando falta de confiança dos consumidores, perante as fracas perspetivas económicas e possíveis perdas de empregos.
Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) da China, a taxa oficial de desemprego jovem (entre os 16 e 24 anos) ascendeu a 20,4% em abril, um novo máximo histórico e muito acima do valor de 13% registado em 2019, antes da pandemia.
Também a atividade da indústria transformadora da China voltou a contrair no mês passado, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada.
Cortes nas taxas fixadas pelo Banco Popular da China (banco central) são esperados devido à “rápida deterioração” de vários indicadores económicos, disse Ting Lu.
O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5%, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou.
O ritmo de crescimento ficou também aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista para este ano: “cerca de 5%”.
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